Emanuel se diz angustiado e aposta em pressão popular para Anvisa liberar Sputnik
Camilla Zeni
O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MBD), acredita que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai liberar para a importação as vacinas russas Sputnik V, para imunização contra a covid-19. Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), a agência tem até o dia 28 de abril para dar uma resposta ao pedido.
“Eu tô angustiado também, mas estou confiando que vão acelerar [a análise do pedido], até por pressão da sociedade”, avaliou o prefeito na manhã desta sexta-feira (16), após coletiva de imprensa na Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM).
Emanuel disse que, apesar da demora, confia no trabalho do Ministério da Saúde e no da Anvisa. Ele acredita que os órgãos chegarão em um “meio-termo” para que o uso do medicamento seja regulamentado. No momento, a liberação está travada em razão da falta de documentação.
“É a mesma coisa que você autorizar uma situação, um empreendimento, sem a segurança para aquilo. Imagina uma vacina, que você lida com a vida da população, com a saúde pública, com a crise sanitária. Então, realmente tem que ter cuidado, mas não um que burocratize e trave a imunização da população. Tem que achar esse meio-termo e é nesse sentido que eu acho que trabalham as autoridades políticas e sanitárias do país”, acrescentou Emanuel.
Dificuldade de importação
A Sputnik V foi a vacina adquirida pelo governo de Mato Grosso e outros 11 estados para acelerar a imunização da população. Ao todo foram contratadas 37 milhões de doses, das quais 1,2 milhão são destinadas a Mato Grosso.
De acordo com o governador Mauro Mendes (DEM), caso o Ministério da Saúde não se disponibilize a pagar pelos imunizantes, as doses serão inteiramente aplicadas na população mato-grossense. Com isso, ele acredita que em até quatro meses conseguirá ter vacinado todo o público com mais de 30 anos.
Entretanto, ainda existe a possibilidade de que o Ministério da Saúde arque com os custos da vacina e, assim, as doses sejam incorporadas ao Plano Nacional de Imunização. Nesse caso, elas não viriam diretamente a Mato Grosso, mas seriam distribuídas conforme critérios do Governo Federal.
Ocorre que, para isso, é necessário que a importação das doses seja autorizada pela Anvisa. Nessa semana, o STF determinou que a agência dê uma resposta sobre o pedido até o dia 28 de abril. Passada essa data, segundo o Supremo, o estado do Maranhão, responsável pela ação, estará automaticamente autorizado a fazer a importação. Segundo Mauro Mendes, Mato Grosso poderá “embarcar” na mesma decisão judicial, caso não haja resposta da Anvisa.
Nessa quinta-feira (15), porém, a Agência informou ao STF que não consegue fazer uma análise de benefício de risco positiva sobre a Sputnik V até o momento.
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