A escolha de Geraldo Alckmin para vice de Lula surpreendeu os meios políticos. E muitas foram as especulações para entender a mistura de suco de chuchu com óleo de motor queimado. A explicação mais plausível seria a busca um parceiro com perfil conservador para furar a bolha petista.
Muito estranha a aceitação de Geraldo como carregador do estandarte lulista. Ele, que sempre combateu Lula com surpreendente vitalidade para seu perfil de bicho preguiça. E ‘ladrão’ foi o nome menos ofensivo usado em suas críticas.
No decorrer do processo eleitoral, a obsessiva e implacável perseguição de Alexandre Moraes à candidatura de Bolsonaro, projeta uma luz onde as trevas escondiam os motivos.
O ministro sempre foi aliado de Alckmin e pelas mãos dele foi alçado a cargos no governo de São Paulo e no governo federal, sendo indicado por Temer para o STF.
Alckmin teria sido uma escolha sua como vice de Lula.
Assim fica mais fácil de entender.
O ANTI-HERÓI ROBERTO JEFFERSON
O político Roberto Jefferson, até atirar em policiais e ofender a honra da ministra Carmen Lucia, tinha tudo para entrar para a história com um perseguido político. Como Sancho Pança, ele vem enfrentando e combatendo o STF, sendo punido mais duramente que criminosos periculosos por suas manifestações políticas.
As sucessivas prisões, a denúncia que descortinou os esquemas de corrupção do PT (e de Lula), forjaram nele profundas marcas de desequilíbrio emocional e psicológico. O transtorno de ser amordaçado em sua liberdade de expressão, doente, velho e abandonado pelos companheiros políticos, pesaram em seu surto psicótico.
Como um anti-herói nacional, manifestou e vomitou a raiva que está presa no estômago de milhares de brasileiros. A revolta contra o poder absoluto de alguns ministros do STF, em especial aquele que ele apelidou de Xandão.
Certo ou errado, ele terá um papel diferente na história política contemporânea. O tempo se encarregou de transformar Enéias – “meu nome é Enéias” – de maluco, em gênio e profeta da política brasileira.
