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06/12/2021 às 11:34

Chapéus, bandanas e bonés: as artes visuais estão fazendo a cabeça dos mato-grossenses

Artistas plásticos de Cuiabá imprimem a produção em outros produtos como forma de tornar a arte mais acessível

Priscila Mendes

Chapéus, bandanas e bonés: as artes visuais estão fazendo a cabeça dos mato-grossenses

Foto: Divulgação / Montagem: Entretê

Quando você pensa em artes plásticas, pensa em telas, imprimindo personalidade em sua casa? Excelente! E se a obra de arte estiver em uma caneca ou garrafa? E se você puder passear com uma peça exclusiva na cabeça?

O artista Adriano Figueiredo Ferreira lançou uma edição limitada de chapéus de palha pintados à mão - com as curvas, cores vibrantes e elementos regionais que lhe são característicos - e em dois dias, todos foram vendidos antes mesmo de ele produzir! Ele começou o projeto no dia 1º, com o compromisso de finalizar o trabalho no dia 20, e todos os dez já estão encomendados.

“Eu uso o chapéu de palha há muito tempo e eu tive a ideia de transformar esse símbolo do pantaneiro cada vez mais no símbolo de nossa cultura, de uma maneira especial”, contou ao Entretê.


A ideia de ornamentar a cabeça ficou famosa pelos pincéis de Nathan Henrique, cuiabano que se mudou mês passado para Goiânia, justamente para potencializar o sucesso. Ele fez há tempos uma série chamada ‘Expressions from the heart’ (Expressões do Coração), colocando o órgão humano que culturalmente representa o amor em diferentes contextos, sempre pela estética do grafite e da arte urbana, em várias superfícies, inclusive em bonés.

Em um show da dupla Israel e Rodolffo em Cuiabá (bem antes da participação de Rodolffo no Big Brother Brasil), deu bonés para os dois, na condição de fã mesmo. E nem imaginara que um deles exibiria o produto no reality show e que, também de forma espontânea, geraria tantos comentários de outros brothers.

Com forte senso empreendedor, firmou parcerias com a agência de Rodolffo (Noix Music) e, em pouco tempo, os bonés de Nathan Henrique se tornaram os mais vendidos do país.

“Desde o início da minha carreira, eu sempre visualizei esta linha de trabalho. Eu sempre me preocupei em aplicar meu trabalho em determinadas superfícies para que eu conseguisse atingir um maior número de pessoas e que a minha identidade visual e meus conceitos desenvolvidos tomassem uma proporção nacional”, comenta.

Também conhecido pela arte urbana e pela estética do grafite - além de um personagem especial, o Pescador de Sonhos - Rafael Jonnier também tem bonés à venda. E camisetas e canecas e scrunchies (espécie de faixa) e bandanas… Tantas opções justamente para tornar a arte mais acessível. E telas, claro, porque há arte para todos os públicos.

“Eu sempre tive esse sonho de empreender na arte e há 10 anos eu vivo da arte [desde que se mudou para Cuiabá]. E tudo isso cresceu, porque muitas pessoas tinham o desejo de adquirir obras de arte, mas não tinham condições de ter uma tela”, explicou Jonnier, que inaugurou uma galeria em uma das avenidas centrais de Cuiabá, em abril deste ano, coroando a caminhada empreendedora.

Confira galeria de produtos ao final desta matéria.

Amor à Cuiabá

Não é só o chapéu de palha de Adriano Figueiredo que marca a conexão dele com a cultura regional. Em 2017, fez, à mão, todas as “telas” que ornamentaram o figurino do Grupo Flor Ribeirinha. E foi com tais vestimentas que o grupo de dança de siriri venceu a competição internacional de folclore no 18º Festival Internacional de Arte e Cultura de Buyukçekmece, na Turquia, com o espetáculo “Mato Grosso Dançando o Brasil”.

“A parceria com o Flor Ribeirinha foi criada por um amor em comum pela cultura de Mato Grosso. Eu já me inspirava no grupo [para desenvolver minha arte]. A parceria se transformou em exposição e depois em livro de colorir. Uma soma de arte que deu muito certo”, avaliou.

Na trajetória de experimentar superfícies para os traços, Figueiredo Ferreira já pintou bolsa, jaqueta, violão, viola de cocho, filtro de barro, geladeira, armário, mesa, já pintei carro… “Acho que já experimentei de tudo”, garante.

De bonés a jaquetas

Nathan Henrique não imaginou que um presente de fã transformaria a vida dele. Depois que Rodolffo levou o boné para o BBB e que brothers como Juliette e o ‘Bastião’ Caio Afiune ostentaram e elogiaram, as vendas dispararam.

Com o cantor sertanejo ainda no programa, o artista buscou a produção dele e, por meio da parceria, Rodolffo se tornou garoto propaganda. “Quando ele saiu do programa, o boné tinha atingido uma proporção surreal, era o boné mais vendido do Brasil, com uma projeção internacional. E a gente estendeu a parceria para outros trabalhos”, explica Nathan.

Diante da parceria com o cantor de Goiás, o cuiabano Nathan Henrique se mudou recentemente para Goiânia. Além da produtora de Rodolffo, foi firmada uma collab com a marca nacional de roupas TXC que, além dos bonés, já lançou jaquetas. Todas exclusivas.

Empreendedor

Rafael Jonnier tem clareza da importância de transcender a arte visual de telas e muros. Tanto que, de cara, na entrevista, já usou a expressão “artes acessíveis”. “Nós estudamos meios de oferecer produtos mais acessíveis, mas sem perder a essência. Nós priorizamos muito a qualidade do feito a mão. E ter uma galeria [é porque] nós visualizamos [este trabalho como empresa], que precisa se manter, que precisa ter lucro”, contextualiza. “Hoje está dando muito certo, porque nós conseguimos abranger todos os públicos que vêm atrás da arte do Jonnier”, conclui.

“Estamos aprendendo a empreender, a criar marcas, a criar produtos. Todos os nossos produtos têm um propósito de levar essa mensagem positiva a todos os lares. E para 2022, nós estamos com muitos projetos grandes”, planeja Jonnier.

Presenteie!

Já chegaram o mês de dezembro e a busca por presentes. Que tal presentear com obras de arte?

Atualmente, Adriano Figueiredo Ferreira tem, à pronta-entrega réplicas de telas de seu acervo ou que já foram vendidas, cada réplica por R$ 80; e o livro de colorir, por R$ 30. Quem quiser comprar precisa pedir pelo Instagram @aff.arte.

Nathan Henrique, neste momento, está investindo nos bonés e jaquetas. Os bonés são da marca BLCK e este é o link da loja virtual. Os bonés custam R$ 159,90, quando estampado com a reprodução da arte dele, ou R$ 500, quando pintado a mão. As jaquetas tendo Rodolffo como modelo estão em destaque no site da TXC. São cinco modelos diferentes e custam R$ 990,90. Conheça a obra dele em @nathanhenriqueartist.

Rafael Jonnier, por sua vez, elaborou um catálogo com grande variedade de produtos e preços. Há peças de R$ 35 (scrunchies) a telas de R$ 900. O destaque do catálogo é a série minimal, toda em branco e preto. Mas há opções coloridas também. Há bonés e jaquetas, sim, e há vasos de plantas, blocos de notas, pulseiras, etc. Acesse o catálogo completo neste link. O instagram é @jonnierartgallery e a galeria funciona de segunda à sexta-feira, das 10h às 19h, e sábado, das 10h às 15h, na Rua Estevão de Mendonça, 1141, bairro Quilombo, em Cuiabá.
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