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Notícias / Música

31/01/2023 às 11:01

Oficina de xequerê para iniciantes começa nesta quinta em Cuiabá

Josi Crispim irá oferecer o curso sobre o instrumento de origem africana, aproveitando o clima de carnaval

Paulo Henrique Fanaia

Oficina de xequerê para iniciantes começa nesta quinta em Cuiabá

Foto: Misc Cuiabá

A partir desta quinta-feira (2), a musicista e cantora Josi Crispim dará início a primeira Oficina de Xequerê de 2023 em Cuiabá. Serão 12h de curso divididos em seis aulas oferecidas às quintas e sábados, por três semanas. A formação ocorre sempre às 19h de quinta-feira e às 17h de sábado. O público-alvo são iniciantes com 16 anos ou mais.

Para se inscrever, basta acessar a página do Instituto Ceres Center e garantir a vaga nas aulas que irão contar desde a origem do instrumento, a importância na cultura afrobrasileira, o aspecto cultural e, claro, vai ter muita música abrangendo os ritmos ixejá, funk, marchinhas de carnaval, bolero e samba-canção. A formação custa R$ 300.

Mas, o que é o xequerê?

Para sanar as dúvidas, oEntretêconversou com Josi Crispim que contou um pouca da história desse instrumento de percussão criado no continente africano de origem cultural Iorubá. Trata-se de uma cabaça seca envolta de uma saia de miçangas ou pontos com uma rede de macramê. Segundo Josi, por ser um instrumento que envolve toda uma mística e religiosidade, é costume que o próprio instrumentista produza o seu xequerê.

Trazido ao Brasil pelos africanos escravizados, o zequerê está em terras tupiniquins desde o século XVIII e se popularizou nas rodas de maracatu do Recife, em Pernambuco, vindo depois a ser difundido em todo o país. Nos tempos atuais, o xequerê passou a ser incorporado até mesmo nas escolas de samba durante o carnaval do Rio de Janeiro e São Paulo na ala dos instrumentos leves, fomentando a participação de mulheres nas baterias das escolas, um local geralmente ocupado por homens.

“O xequerê tem toda uma mística envolvendo o sagrado feminino e ele também tem esse formato do útero da mulher, tem todo o envolvimento da figura feminina, nos ritos religiosos, no aspecto secular”, explica Josi.

Josi teve o primeiro contato com o xequerê quando ainda trabalhava no Museu de Imagem e Som de Cuiabá (Misc), em 2001. Na época, ela participava dos preparativos para a lavagem anual das escadarias da Igreja de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito, quando perguntou sobre o instrumento a seu Alair, pai da lavagem e Filho de Gandhi, responsável pela organização do rito ecumênico.

Seu Alair respondeu que era um xequerê, porém, não seria utilizado na lavagem naquele ano, pois não havia nenhuma mulher que sabia tocá-lo (apenas mulheres tocam instrumentos durante a cerimônia de lavagem).

Naquele momento, Josi pensou: “Eu posso aprender a tocar e conheço mulheres que podem tocar!”.

A partir daquele dia, Josi passou a estudar o instrumento junto de seu Alair, fez oficinas em outras cidades como no Rio de janeiro e até mesmo aprendeu a produzir o próprio instrumento.

A parte mais legal da oficina que começa nesta quinta-feira (2) é que ela irá funcionar como uma preparação para os alunos que tiverem vontade de participar das festividades da lavagem das escadarias da
Igreja de Nossa Senhora do Rosário.

Serviço
Primeira Oficina de Xequerê de 2023
Aulas a partir de quinta-feira (2)
Carga horária: 12h dividida (quintas e sábados, por 3 semanas)

Local:Instituto Ceres Center
Público: iniciantes, a partir dos 16 anos de idade
Inscrições no site do Instituto Ceres Center.
Informações Josi Crispim: (65) 9 9210-7535 / Ceres Baracat: (65) 9 8114-4444


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1 comentário

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  • Josi Crispim 31/01/2023 às 00:00

    Isso aí! Muito obrigada agradeço ao Entretê na pessoa da jornalista Priscila e Paulo Fanaia. É sempre gratificante fortalecer nossa cultura e ainda valorizar nossas raízes! Viva ao Xequerê!!!

 
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