O fim do Carnaval marca o início da Quaresma na Igreja Católica, período de preparação para a celebração da Páscoa.
A partir desta Quarta-feira de Cinzas (14), durante um período de 40 dias, os fiéis praticam penitências, fazem pequenos sacrifícios, jejum e se dedicam a obras de caridade.
Em entrevista aoEntretê, o padre Valdecir Mayer, da Arquidiocese de Cuiabá,falou sobre o significado do evento cristão.
“Esse tempo da Quaresma é uma luz do evangelho que Jesus fala dessas três virtudes que são necessárias na vida: que são a oração, o jejum e a esmola. Então dentro da vivência da fé, é buscar ter um tempo maior de oração. Ou dentro do cuidado com a própria vida. O jejum é uma forma de trabalhar um pouco mais a sua vontade e saber dominar o seu desejo. Então a prática do jejum é um convite para dominarmos o nosso desejo, seja ele no aspecto da ganância, da ambição, de uma sexualidade desenfreada ou descomprometida. [...] O importante é cada um tomar consciência dessa fragilidade, da qual precisa encontrar mais força para poder superar ela. E ao mesmo tempo o jejum não só no sentido da abstinência, mas também do olhar da caridade”, explicou.
Campanha da Fraternidade
A Quaresma também dá início à Campanha da Fraternidade 2024, com o tema “Fraternidade e Amizade Social”. O projeto é organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e, neste ano, completa 60 anos de história.
O movimento solidário ocorre durante cinco semanas em todo o Brasil com ações em prol de movimentos comunitários, celebrações religiosas, além de arrecadação de alimentos, roupas e outros itens para pessoas em situação de vulnerabilidade.
“Cada ano ela chama atenção para alguma das privações e injustiças que estão presentes em nossa sociedade. Neste ano a campanha faz um convite para nós olharmos as nossas relações comunitárias, fraternas e rever as nossas amizades. No sentido de construirmos o caminho com mais fraternidade, com diálogo, compreensão. Assim eliminando entre nós as divergências que leva ao ódio, a incompreensão e o preconceito. Vivendo um amor a Deus não separando o amor ao próximo”, afirmou o padre Valdecir.