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Notícias / Políticas Culturais

23/03/2023 às 15:21

Fórum em Cuiabá debate modelo de negócio com foco em reduzir desigualdade no acesso à cultura

Especialistas defendem conceito de "capitalismo consciente" e avaliam ser possível fomentar a cultura mato-grossense por meio dessa vertente

Gabriella Arantes

Fórum em Cuiabá debate modelo de negócio com foco em reduzir desigualdade no acesso à cultura

Grupo Flor Ribeirinha

Foto: Pedro Ivo

Cultura e capitalismo: será que é possível unir essas duas vertentes, com tantas diferenças, para beneficiar a sociedade? Quem defende o Capitalismo Consciente acredita que sim. O modelo de negócio tem conquistado grandes corporações e o objetivo é fazer com que as empresas pensem além da geração de lucro, mas também no bem-estar social.

Infelizmente, o acesso às manifestações culturais ainda é difícil. Espaços ainda ficam restritos a uma pequena parcela da população e os investimentos são escassos. E os adeptos do conceito "capitalismo consciente" acreditam que essa pode ser uma das alternativas para fomentar o setor.

Para debater e despertar consciência do empresariado local, Cuiabá foi uma das sedes do Fórum Regional do Capitalismo Consciente, realizado nessa quarta-feira (22), na Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL). Com o tema “desigualdade no acesso à cultura”, o evento contou com apresentações culturais, workshops e palestras.

“Nós trouxemos esse tema para Cuiabá, porque tem muitas raízes de povos ancestrais, tem muita história e tem Pantanal. [...] Na cultura regional, a gente procura valorizar o que é nosso e vamos levar isso para várias empresas. [...] Através do 'capitalismo consciente', nós queremos dizer que a cultura faz parte da construção do seu papel como empresa cidadã”, explicou ao Entretêo cofundador e presidente do conselho do
Instituto Capitalismo Consciente Brasil(ICCB), Hugo Bethlem.

Conforme Bethlem, quando os empresários investem em cultura todos são beneficiados, além de passar uma imagem de valores para clientes, colaboradores e investidores.

"A partir desse momento que nós estamos dizendo que investir em cultura faz parte da sua cultura como empresa, você está fazendo duas coisas. Primeiro, sendo reconhecido pela comunidade, os seus próprios colaboradores, clientes, fornecedores e de quem vive no seu entorno, de que essa é uma empresa que se preocupa com o belo. Se não tivesse cultura e as artes, não teríamos possibilidade de criação. E, por outro lado, para os colaboradores, o que estou fazendo, ao investir em dar acesso a eles à cultura, elevando o nível cultural deles, é uma maneira de eu ter colaboradores mais engajados e preparados. Que, se amanhã, saírem da nossa companhia, com certeza estão saindo cidadãos melhores do que chegaram”, afirmou.

De acordo com a líder da filial na Capital, Karine Borges, como o nosso Estado é multicultural, esse modelo de negócio pode ser adotado conforme a cultura de cada região que a organização está localizada. “A cultura é importante em todas as regiões do país. Cuiabá e Mato Grosso recebem interferências de várias culturas, então, a gente vive uma miscigenação e uma mistura. Com o 'Capitalismo Consciente', nós estamos falando de desenvolvimento de pessoas, de impulsionar essas pessoas e desenvolvimento de economia. Pouco se conhece o que é de fato viver cultura e é justamente o modo como a população vive. Então, dentro de um ramo específico como o agronegócio, existe uma cultura que é do setor. Existe uma cultura ribeirinha, existe uma cultura de cada pontinho da nossa cidade, existem culturas muito diferentes e que as pessoas pouco sabem ou têm acesso. Quanto mais a gente aprende sobre culturas, mais aprendemos sobre pessoas”, ressaltou.

Além disso, segundo Karine, as empresas que adotam a postura do 'capitalismo consciente' podem olhar de forma mais humanizada para o todo e são capazes de desenvolver todo o tipo de ação social. “Quanto mais nós aprendemos, nos tornamos seres humanos melhores e mais capazes de entender as diferenças. Ao falar de organizações, é impossível não falar de pessoas, dentro e fora, quem consome e produz. A comunidade é impactada onde extraio a minha matéria. [Se eu quero] escolher melhor os fornecedores para a minha empresa e que estejam conectados com os meus valores organizacionais, eu preciso saber quem são eles e porquê fazem aquele trabalho. Então, quando a gente entende cultura sobre esse viés profundo e emocional, a gente é muito mais capaz de desenvolver todo o tipo de ação social que inclua as pessoas”, concluiu.

Além do cultural, essa prática na condução de negócios também cria diferentes valores para todas as partes interessadas, como financeiro, intelectual, físico, ecológico, social, emocional, educacional, ético e espiritual, explicam.
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