Em Poconé (a 100 km de Cuiabá), Fernando Bessa sai para pedalar todas as manhãs, bem cedinho, por volta das 4h30. Durante o passeio que virou rotina há quase um ano, ele aproveita para registrar as belezas do Pantanal e exercitar, assim, a arte de fotografar.
Neste ano, o artista visual também passou a compartilhar o resultado em seu perfil no Instagram e as imagens logo se destacaram nas principais páginas dedicadas a divulgar belezas do estado e do Brasil: @ceudemt (130mil seguidores), @matogrosso_brasil (68,4mil seguidores), @vejamatogrosso (22,2mil seguidores) e @i_love_mato_grosso (20,6mil seguidores) são algumas delas.
Mas apesar de suas fotografias estarem em evidência, Fernando não se considera um fotógrafo profissional. É que além do registrar o Pantanal através da fotografia, ele esculpe e pinta o bioma, já tendo espalhando peças por alguns lugares do mundo.
“Sou escultor, artista plástico desde os meus 12 anos e tenho uma paixão por tudo que envolve arte. A fotografia sempre esteve comigo, mas eu nem postava, até porque eu não vivo de fotografia. Só agora comecei a divulgar meus registros e deu muito certo. Há uns dois meses atrás ganhei uma bike como prêmio”, conta.
Nascido em Govenador Valadares (MG), Fernando vive há um bom tempo em Mato Grosso. “Um senhor daqui foi a Pontes e Lacerda, cidade onde hoje moram meus pais, onde eu residia e tinha uma loja de artesanato, gostou muito do meu trabalho e me trouxe pra Poconé para entalhar e esculpir mesas, bancos e cadeiras, com paisagens do Pantanal para levar a França”, conta.
Desde então, suas peças também já compõe o cenário da cidade e fazem parte do cotidiano de praças, igrejas e instituições como o Sesc Pantanal, onde o artista também já realizou exposições. Fernando é autor de uma escultura da imagem de São Francisco de 8 metros e 39 centímetros de altura que fica no meio do Pantanal.
“Não tem como passar na transpantaneira e não ver essa escultura. Fiz ela há 15 anos com madeira. Devido à falta de manutenção, ela estava caindo e a refiz em cimento”, destaca o artista.
Fernando começou a esculpir em madeira, mas hoje trabalha com uma diversidade de materiais. Ele desenvolveu uma técnica dar forma de madeira ao cimento, também trabalha com esculturas de isopor e argila, e pinta telas e painéis com temas pantaneiros.
O interesse pela fotografia se intensificou com o ciclismo. Fotografar o Pantanal, para o artista, é uma forma de mostrar a beleza que resiste no bioma. Muitas das fotos que circulam foram feitas durante e depois dos incêndios.
“As pessoas só olharam para as queimadas. Eu vou para Pantanal para mostrar a beleza que ainda resta. De notícias ruins as pessoas já estão faturadas. Tem lugares que queimou e está lindo já”. E ele é otimista: “pode escrever o que eu tô falando, o Pantanal depois dessas queimadas vai ficar 10 vezes mais bonito”.
Confira o trabalho de Fernando Bessa:
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