Servidores da Secretaria de Estado de Assistência Social (Setasc) foram impedidos de receber a vacina contra a covid-19, nessa terça-feira (1º), mesmo estando agendados no site da Prefeitura de Cuiabá. Um grupo com aproximadamente 10 pessoas se dirigiu ao polo de vacinação da Assembleia Legislativa, mas ao passar pela triagem, descobriam que apenas servidores da assistência social do município podiam se vacinar.
Em entrevista ao Leiagora, umas das servidoras, que preferiu não ter o nome revelado, contou sobre o ocorrido. “Há uns dias, a prefeitura iniciou a vacinação das assistentes sociais do município. Nisso, acredito que a maioria deles e do restante da pasta foi vacinado. No dia 25, abriu cadastro da vacinação para profissionais de promoção e assistência social. Assim, de maneira genérica. Como trabalhamos em uma secretária de assistência social, realizamos o cadastro e saiu o agendamento para às 16h na AL”, relata.
Com data, horário e local de vacinação em mãos, a servidora e seus colegas reuniram a documentação necessária e foram até o polo indicado no cadastro. Ocorre que, ao passarem pela primeira verificação dos documentos, foram informados que uma servidora da prefeitura teria que verificar se o nome deles estava em uma lista.
O grupo tentou explicar que em nenhum momento foi especificada que somente servidores do município seriam vacinados e alegou que eles estavam fazendo diferenciação de profissionais do Estado e do Município, que exercem basicamente a mesma função.
“Pedimos explicação do porquê ter sido aprovado o cadastro, não souberam explicar. Pedimos telefones para os quais poderíamos ligar e obter auxílio, em vão. A única coisa que nos foi informada é que a coordenação fica no Centro de Eventos, mas que servidores do Estado não seriam vacinados”, detalha.
A servidora cita que outros colegas de setor estão agendados para esta semana e devem passar pela mesma situação. “É extremamente frustrante. A gente criou uma expectativa gigante. Foi um balde de água fria. Com um pouco de revolta por conta dessa diferenciação, né?! Jornalista não precisa trabalhar na prefeitura pra vacinar”, argumenta.
Setasc não ampara servidores
Em nota enviada ao Leiagora, a Setasc pontuou que não há como interferir no livre arbítrio de seus servidores quando alguns deles se cadastraram para a vacinação. “Os servidores não foram instruídos e nem autorizados pela Setasc. Eles foram autônomos em suas decisões ao se cadastrarem para o acesso a vacina”.
A secretaria reforçou que o Governo do Estado tem seguido rigorosamente o Plano Nacional de Imunização (PNI) contra a covid-19 e que o Ministério da Saúde, auxiliado por Câmaras técnicas de vários especialistas, desenhou este plano para priorização na imunização de várias categorias, levando em conta que ainda não há vacinas disponíveis para toda a população.
Mato Grosso, que assim como os demais Estados tem a obrigação de seguir o PNI, levou as discussões de estratégias de vacinação dos municípios para a Comissão Intergestora Bipartite (CIB), que elabora resoluções acerca da distribuição de vacinas e grupos a serem contemplados. Neste sentido, aponta que os gestores municipais que estão tomando decisões diversas das decisões emanadas pela CIB e das orientações do Ministério da Saúde, causam transtornos para a execução as estratégias de imunização da doença.
Explicação da prefeitura
Também por meio de nota, a Prefeitura de Cuiabá informou que vacina, inicialmente, os profissionais da assistência social que desenvolvem atividades junto ao Executivo Municipal. “Mediante o recebimento de novas doses pelo Ministério da Saúde, ampliará a ação. A Prefeitura reitera que não mede esforços do para garantir a imunização da população, sendo responsável por aplicar mais de 203 mil doses dos imunizantes na campanha Vacina Cuiabá- Sua Vida em Primeiro Lugar”.
