O governador Mauro Mendes (DEM) lamentou a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que na semana passada autorizou a utilização da vacina russa Sputnik V em apenas 1% da população. Para o democrata, a Anvisa terá que explicar os critérios adotados para impor tais condições para liberar a importação do imunizante.
Por conta das condições impostas pela agência, Mato Grosso busca um acordo com o laboratório Russo, tendo em vista que o contrato firmado para aquisição de doses previa a compra de mais de 1,2 milhões de imunizantes.
“Lamento que a Anvisa liberou, mas é uma liberação muito pequena: 1%. Nesse momento nós estamos dialogando com o fundo russo para reestabelecer as condições contratuais, porque nós não compramos assim deles, para entregar 1% e depois ficar aguardando, uma série de condicionantes que a Anvisa impôs para essa vacina e não para as demais. Tem algo ai para ser explicado, cabe a Anvisa explicar isso”, cobrou o chefe do Executivo Estadual.
Mauro, que, inclusive, recebeu a primeira dose da Astrazeneca nesta terça-feira (8), afirma que não entendeu o posicionamento da Anvisa, ainda mais pelo fato de a vacina russa estar prestes a ser liberada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
“A informação que nós tivemos é que a Organização Mundial de Saúde aprovou a última vacina covax facility, e a próxima que está na sequência para ser aprovada é a Sputnik. Então, ficou muito estranho a forma que a Anvisa colocou”, completou.
Mendes afirma que, apesar da imposição, buscará manter o contrato e garantir novas doses de vacina para o Estado. “Vamos dar sequência e qualquer número de vacinas que chegar serão vidas que serão salvas”, cita o governador, afirmando que as tratativas já estão avançadas.
“Nós tivemos no sábado uma reunião com todos os governadores do Nordeste e do Norte que compraram essa vacina, e conversamos com alguns técnicos. De lá para cá, está tendo algumas reuniões dos técnicos com o fundo russo e da nossa procuradoria para fazer essas tratativas”, explicou.
Mendes, contudo, afirma que corre o risco de a empresa russa não aceitar as novas condições. “O contrato que foi assinado era de 1,2 milhões de doses e tinha um cronograma de quatro meses para entregar. Então, agora temos que fazer um novo diálogo com eles, para ver se vão aceitar essa condição de entregar 1% e depois ficar esperando”, completou.