A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, está em agenda em Cuiabá e, durante a manhã deste sábado (18), foi enfática ao convocar os prefeitos de Mato Grosso para implantar o novo programa federal Famílias Fortes (PFF), com objetivo de combater situações como violência contra mulher, crianças e idosos, drogadição juvenil e suicídio de menores.
A longa reunião realizada na Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), a convite do presidente Neurilan Fraga, da presidente da Associação para o Desenvolvimento Social dos Municípios de Mato Grosso (APDM), Sheila Pedroso, e do senador Wellington Fagundes (PL-MT), contou com o lançamento também da Escola de Formação Municipalista da APDM.
Na oportunidade, sete municípios assinaram intenções de implantar o Programa Famílias Fortes: Acorizal, Dom Aquino, Nobres, Sapezal, Poconé, Sinop e Nossa Senhora do Livramento.
Por quase três horas de cerimônia, boa parte das falas foi de defesa da proteção de famílias e, para apresentar o suporte dos ministérios à iniciativa de Damares, além das três secretarias nacionais vinculadas ao Ministério da Mulher, houve a presença dos secretários nacionais de Assuntos Fundiários (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), de Assistência Social (Ministério da Cidadania) e de Gestão de Trabalho da Educação na Saúde (Ministério da Saúde) e do assessor da Secretaria de Governo, Mauro Benedito.
A presença dos representantes teve a finalidade de reforçar a intenção do governo Bolsonaro em promover medidas municipalistas. E a ministra Damares destacou, reiteradas vezes, que a proposta não era apenas apresentar os secretários, mas registrar que cada um tem “produtos” que podem ser utilizados pelos prefeitos.
O Programa Famílias Fortes
Mesmo com as diversas falas sobre o PFF, não foi apresentado como seria implementado nos municípios nem quais ações seriam tomadas. Mas observou-se uma grande busca, por parte da ministra, de sensibilizar os prefeitos a aderirem ao programa, partindo da premissa que há grande desequilíbrio social nas famílias e, portanto, apesar de todos os esforços dos municípios, o método estaria errado.
Assim, Damares convocou os prefeitos a repensarem as práticas voltadas ao combate às violências domésticas. "Onde nós erramos como gestores?”, reflete.
Após exemplos de estupro contra bebês, idosas e de violência física contra mulheres e idosos, Damares reforça: “E você vai ter que vir com a gente, prefeito, proteger essas mulheres, esses homens, esses idosos".
Além das violências acima, as falas citaram o combate às drogas e ao suicídio de crianças e adolescentes, sem aprofundar.
Todas as famílias
Aparentando certo receio sobre a interpretação das intenções do Famílias Fortes, reiteradas vezes Damares registrou que “o programa Famílias Fortes não veio para disciplinar famílias, veio para fortalecer" e não tem a intenção de “doutrinar as famílias nem fazer uma jornada contra algumas famílias''.
Como exemplo, citou a si própria, enquanto mulher divorciada, mãe solo afetiva (como ela mesma nomeia, por não ter guarda definitiva) de uma indígena de 22 anos. “Não existe família mais diferente que a nossa, mas eu e minha filha somos uma família e ninguém vai tirar isso da gente", disse de forma contundente.
