Bebês recém-nascidos órfãos, ou que por algum motivo estejam privados da presença materna durante a hospitalização na rede de saúde pública de Mato Grosso, terão uma atenção especial através do projeto "Hora do Colinho".
É o que prevê o Projeto de Lei nº 990/2021, de autoria do deputado estadual Dr. Gimenez (PV), que oferece acolhimento afetivo a bebês recém-nascidos internados.
Conforme o parlamentar, o projeto será implementado por meio do Protocolo Operacional Padrão (POP), oferecido pela equipe multiprofissional competente. Poderão participar profissionais treinados pelas unidades hospitalares cadastrados ao projeto.
Para Gimenez, a humanização ajuda a diminuir o estresse e reduz as sensações de eventuais dores. Além disso, a resposta do bebê será positiva ao tratamento com a ajuda dos profissionais.
A orientação é que o governo estadual faça convênio com os municípios para a efetivação do POP, ampliando a abrangência para a rede municipal de saúde.
Além de capacitação, essas unidades poderão criar uma sala específica, tecnicamente preparada e apta com ambiente silencioso, acolhedor e conforto para a recepção dos bebês recém-nascidos.
Os estabelecimentos de saúde que adotarem o projeto “hora do colinho” estarão autorizados a firmar convênios público-privados locais, nacionais ou internacionais de capacitação, treinamento, divulgação, publicidade e cooperação técnica pertinente ao uso do protocolo.
Dr. Gimenez explica que o projeto já está implantado com sucesso no estado da Paraíba e vem sendo estudado pelo Ministério da Saúde para uso via Sistema Único de Saúde (SUS).
Dados preliminares da Maternidade Frei Damião, em João Pessoa, onde a proposta surgiu pela iniciativa da enfermeira Mariluce Ribeiro, coordenadora do centro obstétrico, mostram que o tempo de “colo” aponta melhoria em indicadores como tempo de sono e ganho de peso, além da redução do refluxo e do período de internação.
A técnica também aprimora a respiração e promove a expansão da caixa torácica do recém-nascido, auxiliando o funcionamento do intestino e do estômago. A ideia surgiu, segundo Mariluce, ao acompanhar e se incomodar com o choro constante dos bebês isolados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por estarem sem a presença das mães - internadas ou mesmo mortas pela Covid-19.
Se aprovado pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), o projeto será encaminhado para sanção do governo de Mato Grosso.