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Notícias / Judiciário

25/11/2021 às 11:25

Sobrinho que matou e arrancou coração da tia tem transtorno bipolar, aponta laudo

Documento apontou que ele não era totalmente capaz de entender o que estava fazendo

Denise Soares

Sobrinho que matou e arrancou coração da tia tem transtorno bipolar, aponta laudo

Foto: Portal Sorriso

O sobrinho que matou e arrancou o coração da tia dele, em julho de 2019 em Sorriso (MT), sofre de transtorno bipolar. É a conclusão do segundo laudo pericial que foi entregue ao juiz Anderson Cadiotto, da 2ª Vara Criminal de Sorriso.
 
O laudo é do médico psiquiatra forense Rafael de Paula Giusti. O juiz aguardava o novo laudo sobre insanidade mental do acusado.
 
Maria Zélia da Silva, de 55 anos, foi morta a facadas dentro da própria casa, no Bairro Vila Bela, pelo sobrinho Lumar Costa da Silva, de 32 anos. Ele ainda levou o coração da vítima e o entregou para uma filha dela.
 
Ao ser analisado pelo médico psiquiatra, Lumar detalhou o crime. Disse que no dia do crime começou a ouvir ‘vozes fortes’ que o incitaram a ir até a casa da tia. As vozes diziam a Lumar que ela ‘era uma bruxa que estava vendendo sua alma’.
 
Lumar havia usado maconha horas antes do crime brutal.
 
Depois de esfaquear a tia, ele disse que pensou em chamar a polícia ou a ambulância, mas que a ‘voz’ o mandou ‘terminar com tudo isso e arrancasse o coração dela’.
 
Lumar afirmou ao médico que estava sendo controlado e que ‘assistia’ a outra pessoa que movimentava o corpo dele.
 
O sobrinho cortou o corpo da tia e retirou o coração dela. Depois de colocar em uma sacola, levou o órgão até a casa da prima, filha de Maria Zélia.
 
Lumar explicou ao médico que as ‘vozes do universo’ sumiram depois de três meses preso e que faz uso contínuo de medicamentos.
 
Giusti observou que Lumar carrega traumas físicos e emocionais devido a um convívio familiar conflituoso.
  
“Não restam dúvidas que o periciando [Lumar] padeça de Transtorno Afetivo Bipolar, conforme descrito anteriormente. E é inevitável considerar que o fato do periciando ter feito uso de substancias alucinógenas no dia do crime contribuiu para agravamento do quadro do humor e desenvolvimento dos sintomas psicóticos relatados”, concluiu o perito.

No documento, o perito respondeu perguntas elaboradas pela Justiça. Nelas, ele diz que Lumar não era totalmente capaz de entender o que estava fazendo e nem compreendia que era um crime.

O juiz, agora, decidirá se Lumar continuará preso ou responderá pelo crime em liberdade.
 
O caso
 
Em 2019, Lumar se mudou para Mato Grosso alguns dias depois de tentar matar a mãe dele em Campinas, São Paulo. O delegado, à época, André Ribeiro, classificou rapaz como 'repugnante, monstro e perturbado'.
 
A família dizia que ele é considerado uma pessoa inteligente e fala duas línguas. Ele é usuário de drogas e começou a usar droga na casa dela. Religiosa, a vítima se sentia incomodada com as atitudes do sobrinho. A família arranjou uma quitinete para ele e o rapaz se mudou da casa.
 
Em depoimento na Polícia Civil, ao sair da delegacia, afirmou à imprensa que ouviu 'vozes' do universo que o orientaram a cometer o crime. Ele confessou o crime e disse não estar arrependido.
 
Dias depois ele foi transferido para a Penitenciária Osvaldo Florentino Leite Ferreira (conhecida como Ferrugem), em Sinop. Durante a transferência, Lumar foi flagrado por um agente tentando enforcar outro preso dentro do camburão onde eles eram transportados.
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