Em Mato Grosso, 64,1% da malha rodoviária pavimentada apresentam algum tipo de problema, sendo consideradas regulares, ruins ou péssimas e 35,9% da malha são consideradas ótimas ou boas. Os resultados fazem parte da 24ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias, divulgada pela Confederação Nacional do Transporte e pelo Sest Senat.
Em 2021, foram analisados 19 rodovias em Mato Grosso, sendo três federais e 16 estaduais, compreendendo 5.439 km em Mato Grosso, que representa 5% do total pesquisado no Brasil.
Caso os governos ou a iniciativa privada fossem recuperar todo o trecho em situação regular, ruim ou péssimo com ações emergenciais, de manutenção e de reconstrução, seriam necessários cerca de R$ 2,3 bilhões.
As condições críticas das rodovias do maior exportador de commodities do país refletem no custo operacional no escoamento da produção. Há um aumento de 27,2% no custo do transporte, refletindo na competitividade do Brasil e no preço dos produtos.
A pesquisa estimou que até o fim do ano haverá um consumo desnecessário de 47,4 milhões de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento da malha rodoviária no estado. Esse desperdício custará cerca de R$ 208,70 milhões aos transportadores.
O pavimento, em 51,9% da extensão da malha rodoviária do estado avaliada, apresenta problemas; 48,1% estão em condição satisfatória; e 0,2% está com o pavimento totalmente destruído.
O estado tem poucos trechos de rodovia duplicada. As pistas simples predominam em 92,2%. Outro problema é a ausência de acostamento em 46,1% dos trechos avaliados e 57,8% dos trechos com curvas perigosas não têm sinalização.
Um dado relevante também é que em 2021 o Governo Federal registrou o mais baixo investimento em infraestrutura de transportes nas últimas duas décadas. O Estado Geral de 61,8% da malha rodoviária brasileira encontra-se classificada como regular, ruim ou péssimo. Desse percentual, 91% são de rodovias públicas.
“Os resultados da Pesquisa CNT de Rodovias 2021 mostram um cenário de preocupante queda da qualidade das rodovias brasileiras, questão que precisa ser enfrentada com grande rapidez e assertividade. A forte retomada de investimentos é urgente e necessária para prover ao país uma malha rodoviária mais moderna e eficiente, condição indispensável para a promoção do desenvolvimento. E, nesse sentido, a análise técnica da CNT nesta Pesquisa é um importante instrumento para fomentar as melhores soluções”, ressalta o presidente da CNT, Vander Costa.
Concessão à Rota Oeste
Das rodovias federais vistoriadas, a Concessionária Rota do Oeste administra trechos da BR-163 e da BR-364, totalizando 850,9 quilômetros sob concessão. Os dois segmentos apresentam estado geral “bom”.
O trecho concessionado tem um tipo de pavimento diferente, devido ao fluxo de veículos de carga e das altas temperaturas, ao invés de lama asfáltico, são utilizadas placas de concreto.
Somente em 2021, a empresa produziu e instalou 3.242 novas placas, incluindo a revitalização do sentido norte da Serra de São Vicente, onde o trecho é de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT).