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14/01/2022 às 07:04

Sindspen nega boatos de facilitação de fuga e culpa superlotação

Sindicato informa que em algumas unidades, o número de detentos é o dobro da capacidade e na penitenciária feminina não existem grades na parte superior das celas

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Sindspen nega boatos de facilitação de fuga e culpa superlotação

Foto: Divulgação

Superlotação, falta de manutenção e até mesmo estruturas inadequadas encontradas nas unidades prisionais do Estado são as maiores responsáveis pelas recentes fugas de reeducandos da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, na segunda-feira (10), e na Penitenciária Major Zuzi, em Água Boa, no último dia 3.

De acordo com o Sindicato dos Policiais Penais de Mato Grosso (Sindspen), algumas dessas unidades abrigam o dobro da capacidade de detentos e a falta de investimento na estrutura dos presídios dificulta o trabalho dos servidores.
 
Somente na PCE, local onde dois reeducandos fugiram na segunda, são 2.440 detentos em um presídio com capacidade para 1,2 mil pessoas. A unidade passa por reforma e, de acordo com servidores, os reeducandos aproveitaram os transtornos causados pela falta de planejamento e organização durante as obras realizadas pelo governo Estado na unidade.
 
“São mais de dois mil reeducandos dentro da unidade para um plantão de mais ou menos 30 policiais penais. É um trabalho extremamente difícil, e por causa das obras, ficou ainda mais complicado manter o controle e a organização dentro da unidade. Ao contrário do que estão supondo, não houve facilitação por parte dos policiais penais para que as fugas acontecessem. Há um problema sério de estrutura e condições precárias”, afirmou o diretor de imprensa do Sindspen, Jota Moraes.
 
A situação é crítica também na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, também na Capital, onde uma detenta foi capturada no telhado da unidade no dia 28 de dezembro, quando tentava fugir do local. “Ali é mais complicado ainda. A parte de cima das celas é coberta apenas por telhas de amianto, que, como sabemos, são frágeis e não impediria nenhuma detenta de fugir do local”, ressalta.
 
Em Várzea Grande, no Complexo Penitenciário Ahmenon Lemos Dantas, que tem capacidade para abrigar aproximadamente mil presos, não possui muro de contenção, e a unidade é cercada apenas por grades. Além disso, os policiais penais reclamam da falta de uma guarita para ajudar no controle de quem entra e sai, e de alojamento adequado para os servidores.
 
Já na Penitenciária Major Zuzi, em Água Boa, onde a estrutura é um pouco melhor, o problema é a superlotação. De acordo com levantamento do Sindspen, a unidade tem capacidade para aproximadamente 330 detentos e abriga atualmente mais de 650.
 
“Nós vemos com frequência na mídia que o governo tem dezenas de obras em andamento, mas infelizmente essas melhorias não estão acontecendo nessas unidades”, ponderou Moraes.
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