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27/01/2022 às 16:19

Naja picou estudante de veterinária vira celebridade no Instituto Butantan

Após a picada, foi descoberto um esquema de tráfico de animais vive em SP

Do G1

Naja picou estudante de veterinária vira celebridade no Instituto Butantan

Foto: Instituto Butantan/Divulgação

Um ano e meio após ter sido resgatada, a cobra naja que picou um estudante de veterinária do Distrito Federal leva uma vida bem diferente. Agora, tem o nome de Nadja, exige cuidados reforçados e virou celebridade no Instituto Butantan, em São Paulo, onde vive desde agosto de 2020.

O caso ganhou notoriedade nacional e levou à descoberta de um esquema de tráfico de animais na capital. Quatro pessoas respondem na Justiça pelos crimes, inclusive Pedro Henrique Krambeck, o responsável pela cobra. No entanto, o caso ainda não foi julgado.

Neste mês, o Judiciário permitiu o compartilhamento de provas com a Justiça Militar, para que seja apurada a conduta de dois PMs acusados de envolvimento no caso. O objetivo é saber se o padrasto de Pedro, Clóvis Eduardo Condi, e o ex-comandante da PM Ambiental, Joaquim Elias da Costa Paulino, cometeram prevaricação.

A reportagem não conseguiu contato com as defesas dos investigados nesta quinta-feira (27).

Vida no museu

Segundo informações divulgadas pelo Instituto Butantan, Nadja, que tem quase dois metros de comprimento, é imprevisível. Em determinados momentos, fica quieta e, em outros, agitada.

"Estamos cada vez mais aprendendo a lidar com ela, que está se acalmando muito lentamente", diz o diretor do Museu Biológico do Instituto Butantan, Giuseppe Puorto, em entrevista ao site da entidade. "Às vezes, nós passamos por aqui, ela está quieta, depois ela levanta, dá susto na gente", conta.

Um biólogo cuida do local onde a cobra vive, e faz ações como lavar, trocar a água, higienizar o vidro e ajeitar os galhos e plantas. No entanto, segundo os cuidadores, em pouco tempo, a serpente revira tudo.

De acordo com o instituto, não há um padrão para alimentação do animal. A comida é oferecida de com base no peso, tamanho e espécie. A serpente possui 800 gramas e se alimenta de roedores uma vez por mês, em uma quantia de 10% a 20% de seu peso.

Além de Nadja, o local abriga um macho vindo de Balneário Camboriú (SC) em 2017, resgatada por bombeiros em uma estação de tratamento de água.

Investigação no DF

Segundo as investigações, Pedro Krambeck criava diversos animais em cativeiro, tanto nativos quanto exóticos. A polícia afirma que eles eram comprados de forma ilegal, em São Paulo e na Bahia, e mantidos em condições inadequadas no apartamento da família do jovem, no Guará.

De acordo com a denúncia, os bichos ficavam confinados em pequenas embalagens plásticas por longos períodos, e alguns apresentavam lesões e deficiência nutricional. O caso foi descoberto depois que o estudante de veterinária foi picado. A cobra foi localizada em uma caixa, perto de um shopping, no Lago Sul.

Além de Pedro, a mãe dele, o padrasto e um amigo foram denunciados por crimes como associação criminosa, venda e criação de animais sem licença, maus-tratos contra animais, entre outros. A última audiência do caso foi realizada em novembro do ano passado.

Já a decisão mais recente é a que determinou o compartilhamento de provas. O processo na Justiça Militar é independente e apura apenas a conduta dos PMs envolvidos. O objetivo é descobrir se os policiais deixaram de atuar como deveriam na ocasião do resgate da naja, quando ela foi encontrada.

De acordo com o inquérito da Polícia Civil, imagens do circuito de segurança do shopping mostram que a PM Ambiental chegou ao local apenas um minuto depois de a cobra ser abandonada. Por isso, a suspeita é de que eles agiram pra proteger os alvos da investigação.

Os dois militares investigados foram afastados das funções, mas continuam na PM em cargos administrativos.
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