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28/02/2022 às 11:48

Pesquisadores tentam criar gel com casca de mangabeira que ajuda a emagrecer

Cascas serão colhidas em Barra do Garças no mês de maio

Leiagora

Pesquisadores tentam criar gel com casca de mangabeira que ajuda a emagrecer

Foto: Assessoria

De 2006 a 2019, o número de pessoas com obesidade aumentou em mais de 70%, segundo dados do Ministério da Saúde. Diante desse e outros dados alarmantes sobre a obesidade no Brasil e no mundo, a professora Márcia Queiroz Latorraca, docente e pesquisadora da Faculdade de Nutrição (FANUT) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), propõe a criação de um gel oral fitoterápico feito com o extrato da casca da mangabeira para auxiliar a perda de peso.
 
A pesquisa foi aprovada no recente edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), e segundo a docente, um estudo realizado em 2010 por pesquisadores da UFMT já havia identificado a mangabeira entre as dez plantas medicinais encontradas no cerrado mato-grossense.
 
Segundo a pesquisadora, a planta é recomendada pela população para tratar obesidade e hiperlipidemia, alto nível de lipídios no sangue.
 
O desafio agora é compreender como, de fato, opera na perda de peso e criar um produto científico e fitoterápico no tratamento da obesidade.
 
A mangabeira, que tem o nome científico de Hancornia speciosa, possui em suas folhas, casca e látex propriedades antioxidante e anti-inflamatórias associadas a presença de compostos fenólicos, responsáveis por exercer efeitos preventivos e curativos em distúrbios no organismo.
 
De acordo com a pesquisadora, os ensaios biológicos realizados com essa espécie mostraram ausência de toxicidade. Partindo desse cenário, a docente conta que o projeto estabeleceu o objetivo de desenvolver um fitoterápico com o extrato da casca da mangabeira incorporado a um gel oral.
 
A junção desse extrato em um gel é uma tentativa de aumentar a disponibilidade dos compostos no organismo para que eles possam atuar de maneira a contribuir na perda de peso.
 
O projeto
 
O gel poderá ser comercializado após a comprovação do potencial do produto, mediante eficácia, segurança, e com a patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
 
Por se tratar do uso da casca da mangabeira, Márcia Latorraca destaca que a utilização da planta de forma irresponsável pode sim colaborar com a extinção da espécie e para a degradação dos ecossistemas, caso sejam adotadas práticas de extrativismo e superexploração.
 
Argumentou também que a equipe de profissionais envolvidos tem a perspectiva de agregar valor à essa planta do Cerrado e de criar uma alternativa de renda à população por meio do extrativismo sustentável contribuindo para a melhoria do perfil socioeconômico da região e para a preservação do bioma.
 
As atividades do projeto têm início em maio, com coleta das cascas das mangabeiras, que será realizada em locais próximos a cidade de Barra do Garças.
 
Após haverá a ratificação taxonômica a ser realizada no Herbário do Câmpus do Araguaia (UFMT), seguida do preparo do extrato e os estudos de toxicidade do produto que serão desenvolvidos no Laboratório de Pesquisas em Química de Produtos Naturais da UFMT Câmpus Universitário do Araguaia. As demais etapas ocorrem na Universidade Federal do ABC- SP e na FANUT.

 
Com assessoria
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