Pesquisa e tecnologia na prática. Ou melhor, no campo. O Dia de Campo do 10º Simpósio Nutripura, realizado nesta sexta-feira (25) no Centro de Pesquisa Nutripura, a 50 km de Rondonópolis, sul de Mato Grosso, se transformou em uma vitrine tecnológica para cerca de 800 produtores rurais. Produtos e pesquisas apresentados como solução para os pecuaristas que buscam melhorar os índices produtivos, a sustentabilidade do sistema e a lucratividade.
“Sempre há oportunidade de conhecer coisas novas, de inovar e melhorar os resultados”, declarou o pecuarista Lucas Pimenta, parceiro da Nutripura desde sua fundação, há 20 anos. Lucas, que já deu início ao processo de sucessão nos negócios e estava acompanhado do casal de filhos, Gabriela e Guilherme, afirma que além de conhecer novas tecnologias, eventos como estes proporcionam a troca de experiência com outros produtores, profissionais e pesquisadores da área.
Pesquisadores como o professor Dr. Sila Carneiro, especialista em pastagem, que destacou a importância do evento para reverberar as necessidades que vêm do campo e, ao mesmo tempo, apresentar o que tem sido realizado em busca de melhorar os resultados e a lucratividade na pecuária. “O evento permite ir à ponta, falar com o usuário da informação, da pesquisa, levar atualização. Mas também serve como referência para nós, no sentido inverso, para perceber quais as demandas e ajustar a forma como a ciência anda. Essa calibração entre a fonte geradora e a fonte usuária é sempre muito importante. O Simpósio tem essa característica”.
Para o professor Dr. Flávio Portela afirma que quando a iniciativa privada ocupa o espaço para financiar a pesquisa, assume um papel fundamental. “É uma forma da empresa buscar o resultado aplicado no campo, dos produtos utilizados. E vemos um crescimento dos financiamentos de pesquisa pela iniciativa privada, aproximando o setor produtivo dos pesquisadores”, afirma Portela.
O diretor de pesquisa da Nutripura, Lainer Leite, explica que a empresa trabalha numa espécie de ciclo, justamente para buscar as demandas no campo, desenvolver e apresentar soluções. “Nossa equipe comercial traz os problemas dos clientes, nós levamos isso ao conselho, buscamos as referências na literatura e retornamos com as pesquisas até que uma solução seja encontrada”, afirma.
Francisco Camacho, diretor do grupo LFPec, destacou as tecnologias apresentadas durante o 10º Simpósio pela viabilidade prática e financeira. “A pesquisa embasa a adoção de tecnologia para melhorar eficiência e produtividade. E o interessante que aqui tivemos acesso a iniciativas viáveis, que possui custo-benefício”.
Vitrine tecnológica
Além dos resultados práticos das pesquisas realizadas em parceria com a Nutripura, o 10º Simpósio também foi palco para apresentação de produtos que estão proporcionando à pecuária melhorar a gestão dos negócios, aumentar a produtividade e trazer mais rentabilidade. Como é o caso dos farelos provenientes da produção do etanol de milho, os chamados DDGS e WDG.
O vendedor técnico de nutrição animal da FS, Marcos Aquino, explica que o DDGS trouxe ao produtor uma oportunidade de trabalhar com maior planejamento e segurança, uma vez que é possível negociar os insumos com antecedência, travando preço e blindando das variações do mercado. “Hoje é possível apresentar solução para garantir produto o ano inteiro, com travamento de preço e ser estar refém da volatilidade do mercado”.
E com a oportunidade de comprar em grande escala, surge a necessidade de estocar os produtos e isso também requer tecnologia. O professor Dr. Luiz Gustavo Nussio apresentou durante o evento a importância da silagem para evitar perdas de produto, mas também de eficiência na engorda nos animais.
Daniel Sarmento, gerente comercial da Inpasa, afirma que o DDGS se tornou um carro-chefe dentro do grupo devido à importância que possui e, também por isso, recebe investimentos para o desenvolvimento de tecnologias para melhorar a qualidade e durabilidade do produto.
Em busca de oferecer maior eficiência aos produtores, a Elanco disponibiliza no mercado moléculas capazes melhorar o processo digestórios dos ruminantes e assim aumentar a produtividade, seja na pecuária intensiva ou a pasto. Adriano Vinícius, técnico nacional de nutrição, explica que os aditivos conseguem controlar distúrbios metabólicos, acidoses e assim converter em ganho de peso e conversão de carcaça.
A Jacto, empresa brasileira presente em mais de 100 países, apresentou, entre outras tecnologias, uma máquina referência em automação, capaz de combater somente plantas invasoras e preservar a pastagem. O maquinário, além de preservar a forrageira, reduz os custos na hora de aplicar o herbicida.
No segmento de pastagens, a Corteva participou do evento para apresentar a linha de soluções para manter o pasto e produtivo.
Da assessoria
