O preço do milho disponível em Mato Grosso caiu 2,56% se comparado com a semana passada. Assim, ele ficou cotado a R$ 74,50 a saca no estado. O momento agora é de atenção, observar o mercado e quando os preços voltarem a subir, o produtor deve comercializar o grão acompanhando a alta dos preços. Isso é o que orienta o coordenador da Comissão de Defesa Agrícola e vice-presidente da Aprosoja da Região Sul, Fernando Ferri.
“Essa queda do preço é atrelado ao preço do dólar. O real valorizou e com isso caiu o preço em reais. O cenário é para o produtor ficar atento e esperar as oscilações do mercado para fazer as travas quando o dólar voltar a subir. É um ano político e o dólar deve voltar a valorizar. Agora o momento é de baixa e de se observar o mercado”, apontou.
Mesmo no pico da entressafra e pouco milho estocado no Brasil, houve também a retração da demanda no mercado interno, por exemplo, pelo momento vivido pela suinocultura. Os produtores estão com baixa liquidez e há regiões de Mato Grosso onde há prejuízo de R$ 130 a R$ 300 por animal, e por isso menos suínos estão indo para engorda, consumindo menos farelo de milho.
Conforme Ferri, os produtores que perderam o ‘timing’ de vender os estoques com a guerra da Ucrânia, também perderam oportunidade de vender a preço da saca ainda maior do que os que estão sendo ofertados hoje, contudo, o cenário é de alta.
“A Ucrânia está sofrendo uma guerra e é o 5º maior produtor mundial, por isso terão menos oferta do milho. O Brasil é o segundo maior player exportador de milho do mundo, vai exportar mais e conseguir atender os mercados que a Ucrânia atendia. A demanda é crescente e isso é uma questão de tempo. Tem que esperar o momento da conta fechar. A conta não esta fechando para quase nenhuma das commodities, com preço muito alto dos fertilizantes e dos defensivos. O produtor rural precisar de paciência e aguardar”.
O relatório de oferta e demanda mundial de milho do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos apontou a Ucrânia reduziu suas exportações de milho em 4,5 milhões de toneladas na safra 2021/22, tendo em vista as incertezas geradas pelo conflito no país. Dessa forma, a expectativa é de que o Brasil expanda seu mercado consumidor, visto que, do aumento de 2,00 milhões de toneladas na produção, 1,50 milhão de toneladas estima-se serem destinados à exportação.
A produção mundial da safra 2021/22 ficou estimada em 1,21 bilhão de toneladas, um aumento de 0,36% (4,31 milhões de toneladas) em relação ao relatório passado. A produção brasileira influenciou este incremento pelo acréscimo de 2 milhões de toneladas na estimativa da produção brasileira, que passou de 114 milhões para 116,00 milhões de toneladas.