O projeto que prevê a proibição da construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas no rio Cuiabá voltou a provocar debates na Assembleia Legislativa, e apesar de ter sido retirado de pauta mais uma vez, a matéria já conta com apoio de alguns parlamentares da casa. Dentre eles, está Allan Kardec (PSB).
Além de ter como base a região de Santo Antônio de Leverger e Barão de Melgaço, Allan deixa claro que não se trata apenas de uma questão política, mas de um “projeto de vida”, que busca garantir a sobrevivência do Pantanal. O parlamentar alerta também para os efeitos da queimada e como a situação é crítica na região.
“Além de contar com o meu voto, este projeto vai contar com o meu apoio, na defesa na tribuna, na sociedade, e diante de todas as situações que nós vivemos nos últimos dois anos. Hoje uma situação um pouco melhor por conta do regime hídrico, tem chovido, mas a situação do Pantanal por conta da retenção de água pra cima do Rio Cuiabá é crítica. Nós nunca tínhamos visto a Baia de Chacororé nas condições que nós vimos em 2019/2020”, afirmou o parlamentar.
Allan ainda se coloca contrário a qualquer PCH em qualquer afluente do Rio Cuiabá. Para ele, a proposta tinha que ser ampliada para evitar qualquer construção de barragem em afluentes do Pantanal. Ele pontua ainda que é necessário olhar para outras fontes de energia, como a solar.
“As PCHs que já existem fizeram um grande estrago no sentido do meio ambiente, o Rio Cuiabá é prova viva disso”, ressalta o parlamentar, ao dizer que acredita que o projeto deva ser aprovado na Assembleia Legislativa por maioria.
Questionado se poderia mudar de opinião, diante de uma pressão que estaria ocorrendo por parte do governo do Estado, Allan descarta esta hipótese e diz que se trata de uma “pauta de vida”. “É uma pauta que vale o mandato inteiro. A gente faz a defesa do Pantanal, o principal bioma do Brasil junto com o Amazonas. Essa pauta e a retirada de Mato Grosso da Amazônia Legal, vamos trabalhar firmemente com posição sólida e vamos para a sociedade fazer o debate e mobilização do nosso povo”, finalizou.