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Notícias / Judiciário

20/04/2022 às 07:47

Fazendeiro que matou onça-pintada não paga fiança e tem liberdade revogada

Justiça havia estipulado pagamento em 24 horas da fiança de R$ 500 mil, mas suspeito não fez o pagamento

Denise Soares

Fazendeiro que matou onça-pintada não paga fiança e tem liberdade revogada

Foto: Divulgação

O fazendeiro Benedito Nédio Nunes Rondon, preso por matar uma onça-pintada na zona rural de Poconé, no Pantanal, teve a prisão revogada nessa terça-feira (19) pela Justiça de Mato Grosso.
 
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) havia concedido liberdade a Rondon com a condição do pagamento de fiança de 413 salários-mínimos, o que ultrapassaria o valor de mais de R$ 500 mil, além do uso da tornozeleira eletrônica.
 
No entanto, o pagamento deveria ser efetuado em 24 horas, o que não aconteceu.
 
“Suspendo a expedição do alvará de soltura, devendo o mesmo ser expedido após a colocação da tornozeleira e pagamento da fiança. Indefiro o pedido de prorrogação de prazo para pagamento já que o inadimplemento da fiança no prazo fixado já configura o descumprimento da ordem judicial e evidencia à resistência do acusado em pagar os valores fixados, quantia esta que sequer foi contestada na audiência de custódia”, pontuou a juíza Kátia Rodrigues Oliveira, da Vara Única de Poconé.
 
O fazendeiro se apresentou no final da tarde na delegacia de Poconé. Ele estava acompanhado de um advogado.
 
De acordo com o delegado de Poconé, Maurício Maciel Pereira Júnior, no período em que esteve foragido, o suspeito estava escondido em Mato Grosso do Sul.
 
Queixada, como era chamado, era uma onça jovem e foi morto no final do mês de março.
 


O crime foi descoberto depois que um vídeo viralizou na internet. Na imagem, Benedito aparece deitado no corpo do animal morto, zomba da situação e se orgulha do crime.

Ao se apresentar, os policiais cumpriram o mandado de prisão preventiva. No interrogatório o suspeito permaneceu em silêncio.
 
O caso
 
O suspeito teve a prisão preventiva decretada com base nas investigações da Polícia Civil em razão de um vídeo que circulou na internet, em que aparecia ao lado da onça morta, com uma pistola em cima do corpo do animal.
 
Durante a filmagem, o suspeito confessa o crime e dizendo que matou a onça no domingo, e ainda diz que o animal ‘não valia nada’. Ainda, ele afirma que se fosse uma fêmea, aproveitaria para ter ‘relações sexuais com o animal’.
 
O crime de matar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória sem permissão tem pena de detenção de seis meses a um ano, e multa.
 
A onça-pintada era monitorada pela ONG Jaguar Identification Project. Queixada, como era chamado, era uma onça jovem e foi vista pela primeira vez pela ONG em novembro de 2021.
 
Em nota, a ONG, que reforça a proteção ambiental, repudiou a morte da onça-pintada.
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