Um casal de Colniza, no noroeste de Mato Grosso, investigado pela Polícia Civil por torturar o filho adolescente foi indiciado nesta semana pelos crimes de abandono de incapaz e tortura praticados contra o filho, de 15 anos.
O delegado Bruno França Ferreira indiciou ainda o homem de 49 anos e a esposa por crimes sexuais cometidos contra a filha do casal quando ela era menor de idade, além de estupro de vulnerável.
Tortura e abandono
No dia 20 de abril, o casal foi preso em flagrante pela Polícia Civil, suspeito de agredir e torturar brutalmente o filho. O exame de corpo de delito constatou diversas lesões recentes no adolescente.
Além das agressões, que eram constantes, o adolescente também foi expulso de casa durante a noite e encontrado caminhando em direção à Vila Salvação na manhã do dia 20 de abril.
Ele foi socorrido por um morador local e depois acompanhado pelo Conselho Tutelar, que foi até a vila e o apresentou à Promotoria de Justiça, que orientou a encaminhá-lo até a Delegacia da Polícia Civil para a apuração dos fatos.
Após ouvir o relato da vítima, a equipe de investigação seguiu até a residência com apoio da Polícia Militar e encontrou o casal bastante alterado, fazendo uso de droga.
Conduzidos à delegacia, os dois foram autuados em flagrante pelo crime de tortura, que foi convertido em prisão preventiva após representação feita pelo delegado de Colniza.
O adolescente relatou que começou a ser agredido pelos pais em setembro do ano passado, desde que sua irmã mais velha foi embora de casa, também fugindo das agressões.
O adolescente foi acolhido temporariamente em um abrigo do município.
Crimes sexuais
No decorrer da investigação, a equipe da Delegacia de Colniza apurou também que o indiciado, em ao menos duas situações distintas, cometeu estupro contra a filha, menor de idade à época dos fatos. A vítima mora em outra cidade do estado e foi ouvida pela Polícia Civil e também no Ministério Público.
A apuração apontou também que o pai da vítima a expôs a material pornográfico com finalidade libidinosa, em diversas ocasiões, e que a mãe sabia dos abusos recorrentes e nada fazia para impedi-los.
A jovem relatou ainda situações que, conforme o delegado Bruno França, indicam que ambiente em que a adolescente e os irmãos cresciam era impróprio para convívio de criança e adolescente.
O inquérito foi concluído nessa quinta-feira (28) e remetido ao Poder Judiciário. O casal está preso preventivamente e durante as primeiras oitivas se manteve calado. O indiciado, em um segundo interrogatório, negou os crimes sexuais e que está sendo acusado por vingança.
Com assessoria