Com 33 mortes em 2021, Mato Grosso é o sétimo estado em mortes causadas por acidentes envolvendo energia elétrica no país. Em primeiro lugar está São Paulo, com 59 casos, seguido pelo Pernambuco com 49 ocorrências. A informação é do Anuário Estatístico de Acidentes de origem elétrica 2022 da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel).
Apesar da região Centro-Oeste estar em último lugar com 106 casos, Mato Grosso lidera os casos de mortes na região.
Os dados de 2021 apontam que os números gerais subiram em relação aos de 2020, entretanto, os números de fatalidades com choque elétrico, apesar de representarem a maioria dos acidentes de origem elétrica, diminuíram.
“Não é motivo de comemoração, mas oferecem pontos de esperança”, revela o presidente da Abracopel, Edson Marinho. Ele destaca que os projetos elétricos devem utilizar Dispositivo Diferencial Residual (DR) na instalação, associado à existência de sistema de aterramento funcional, condutores de proteção elétrica, pontos de tomada que atendem ao padrão.
“É grande aliado na segurança, por evitar choque elétrico na maioria dos casos. A pandemia intensificou o trabalho em home office e, com isso, a preocupação das pessoas em adequar a instalação elétrica está se tornando primordial”, comentou Marinho.
O diretor e engenheiro eletricista da Engerey, Fábio Amaral, alerta que receber uma corrente elétrica no corpo pode causar sequelas irreversíveis ou até danos fatais em pessoas de todas as idades. Portanto, segundo ele, quando o assunto é instalação elétrica, é melhor prevenir do que remediar.
“Com a pandemia, e as pessoas ficando mais tempo em casa, está havendo uma mudança de cultura e a eletricidade não está sendo um assunto deixado em segundo plano”.
Uma solução extremamente útil para interromper o perigo de choques elétricos é o Dispositivo Diferencial Residual, devido à sua capacidade de identificar e proteger contra fugas de energia em uma instalação elétrica, que podem provocar acidentes elétricos.
“Ao reconhecer qualquer anomalia na rede elétrica causada por fios desencapados, condutores mal isolados ou quando há contato com carcaças, o dispositivo desliga o circuito, de forma automática, evitando, assim, a gravidade do choque elétrico”, garante o especialista.
Morte de pessoas de 31 a 40 anos
A faixa etária de 31 a 40 anos é a mais propensa a choques elétricos em todos os estados da federação, independe da profissão, com 215 óbitos de trabalhos não especificados. Chama a atenção o fato de os estudantes estarem mais sujeitos a acidentes, com 85 casos e 59 óbitos, se sobressaindo, inclusive, aos operários das fábricas e empresas, com 77 registros, que resultaram em 52 mortes.
“É muito comum as pessoas acharem que os acidentes nunca vão acontecer consigo e correm o risco, mas esquecem que, na grande maioria dos casos, a eletricidade não lhe dá uma segunda chance e, com isso, acabam se acidentando”, afirma o anuário, aconselhando as pessoas a nunca realizarem nenhum trabalho envolvendo eletricidade se não tiverem conhecimento sobre o assunto e, tampouco, sobre os riscos que ela oferece. “Se for um profissional capacitado e qualificado, é essencial sempre fazer a Análise Preliminar de Riscos (APR) e elaborar os procedimentos padrão para a realização do serviço de forma segura”.
Dados gerais
Em 2021, foram registrados 1.579 acidentes com energia elétrica. Somente os choques foram responsáveis por 674 óbitos, seguidos pela perda de 46 vidas em incêndios por sobrecarga de energia (curto-circuito) e 40 mortes por descargas atmosféricas (raios).
Ao todo, foram 898 acidentes com choque elétrico, uma média de 75 por mês, ou seja: quase três indivíduos acabam ficando feridos todos os dias, muitos deles em situações corriqueiras, com baixa tensão.