A precificação da arroba do boi gordo e os preços dos insumos, que tem sido a principal preocupação do setor agropecuário, fez com a intenção de confinamento do 2º giro registrasse uma queda de 22% no comparativo com o mesmo período.
O número, contudo, ainda é maior que o registrado em abril desse ano. Segundo pesquisa das intenções de confinamento foi feita pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o número de animais levados à confinamento será de 647.267 cabeças de bovinos, incremento de 22% no comparativo com abril.
Os confinadores também demonstraram estar mais cautelosos diante das movimentações de mercado que ocorreram no final de 2021, com o embargo da China para as compras de carne bovina. Isso influenciou para o aumento no percentual dos produtores (21%) que realizaram algum mecanismo de proteção para a volatilidade no preço da arroba do boi gordo.
“Neste momento, os preços futuros têm gerado pouca valorização, e isso está limitando o confinador a adquirir mais lotes de bovinos. Sendo assim, é importante que o produtor se atente à precificação da arroba para cobrir seus custos no momento de negociar”, diz o Imea.
Análise feita pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), mostra que as intenções de confinamento por macrorregiões apontam aumento significativo na região Sudeste, com acréscimo de quase 170% no volume de animais confinados. Deverão ser confinados 120.739 animais.
Já a região com menor variação foi a Médio-Norte de Mato Grosso, com aproximadamente 18% de acréscimo. Alguns pecuaristas da região Norte disseram ter escolhido o confinamento estratégico como alternativa para terminar os bovinos durante o período seco do ano, quando ocorre restrição tanto de quantidade como de qualidade da pastagem disponível para o animal.
Nesse sistema, o boi magro e a alimentação diferenciada respondem por mais de 90% dos custos. A dieta do confinamento estratégico é mais volumosa, simulando um pasto de qualidade. Nesse caso, trabalha-se com fontes como a silagem de milho, sorgo e pasto, fornecendo em torno de 2% do peso corporal do animal, complementada com um suplemento que corrige os níveis de energia e proteína.
Desse modo, o ganho de peso por animal/dia varia entre 600 a 700 gramas, podendo chegar, em alguns casos, a 1 quilo.
O pecuarista Guilherme Silveira explica que a produção é preciso maximizar a eficiência do pasto com a utilização de suplementos estratégicos e focar numa nutrição eficiente no confinamento para fazer com que o animal ganhe peso. "A utilização de tecnologia na nutrição é de suma importância para aumentar o ganho de peso do animal e produzir e comercializar carne com qualidade diferenciada".
Pesquisa
O levantamento contou com a participação de cerca de 180 pecuaristas e foi observada uma tomada de decisão mais bem definida por parte dos entrevistados. Um total de 67% dos pecuaristas informou que irão confinar, contra 30% que afirmaram que não pretendem realizar a engorda intensiva. Apenas 3% disseram ainda não terem definido se irão realizar o confinamento ou não.
