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12/09/2022 às 17:27

Líderes Xavantes fazem manifestação e assinam nota de repúdio contra procurador federal

De acordo com os indígenas, o procurador Everton Pereira Aguiar Araújo atua com o objetivo de prejudicar o povo que vive na Terra Indígena Maraiwatsédé

Paulo Henrique Fanaia

Líderes Xavantes fazem manifestação e assinam nota de repúdio contra procurador federal

Foto: Assessoria

Lideranças indígenas de 14 aldeias da etnia Xavante que vivem na Terra Indígena Maraiwatsédé, no município de Alto Boa Vista (951 km de Cuiabá) fizeram uma manifestação na última sexta-feira (9) denunciando a falta de medicamentos no posto de saúde da aldeia.

Já no domingo (11), os líderes assinaram uma carta de repúdio contra o procurador do Ministério Público Federal de Mato Grosso (MPF-MT) Everton Pereira Aguiar Araújo, alegando que o procurador atua com o objetivo de prejudicar os povos fixados na Maraiwatsédé.
 
Na carta, caciques e cacicas que representam mais de 2 mil indígenas chamam a atenção para os riscos que enfrentam quanto à falta de alimentação adequada e a escassez de medicamentos, principalmente para crianças e idosos.
 
“As atitudes do procurador são contrárias aos nossos interesses. São preconceituosas, gananciosas, invejosas e até rancorosas. Estamos em perigo iminente de morte. Crianças, idosos, se não toda a comunidade está correndo o risco de ficar sem alimentação. As ações do Procurador Everton pode nos levar ao extermínio”, relatam os indígenas.
 
Os manifestantes contam que no passado receberam as terras em que habitam sem pastagens, animais e com águas poluídas por agrotóxico. Segundo eles, foram feitas diversas tentativas para conseguir benefícios junto à Funai e ao MPF, porém todas foram sem sucesso.
 
Diante disso, em 2018 os povos indígenas passaram a fazer parcerias com pecuaristas da região e passaram a arrendar os pastos. Com o lucro dos arrendamentos, os índios compravam mantimentos e buscavam melhorias para as aldeias.
 
Eles contam que, a partir de 2022, o procurador Everton Pereira Aguiar Araújo entrou com diversas ações penais visando acabar com as parcerias comerciais.
 
“O que o Procurador quer não é cuidar do povo indígena. É massacrar a gente. Nos exterminar. Devemos ficar na nossa terra, sem alimento, sem trabalho, sem ajuda, sem medicamento. Sem nada! Repudiamos essa atitude mesquinha”, diz trecho da carta de repúdio.
 
Falta de medicamentos
 
Os caciques também fizeram uma manifestação contra a chefia do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Xavante. Eles mostraram a falta de medicamentos no posto de saúde que fica na aldeia de Maraiwatsédé o cobraram atenção da Funai.
 
Segundo os caciques, há mais seis meses não há médico nos plantões e faltam medicamentos básicos como dipirona, paracetamol e ibuprofeno. Mesmo com as solicitações de urgência para o envio dos remédios, a quantidade distribuída não é suficiente.
 
O que diz o Ministério Público Federal
 
Por meio de assessoria, o MPF informou que os membros (procuradores) possuem as chamadas autonomia institucional e independência funcional, ou seja, têm liberdade para atuar segundo suas convicções, com base na lei. E neste caso, não é o MPF, e sim especificamente o Dr Everton que deve se pronunciar e ele não irá fazê-lo por agora.
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