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07/10/2022 às 13:30

Cupertino, acusado de matar Rafael Miguel e pais do ator, deve ser interrogado pela 1ª vez nesta sexta

Empresário está preso e deve ser ouvido no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste da capital. Juiz decidirá depois se o leva a júri pelos assassinatos da família Miguel em 2019

Do G1

Cupertino, acusado de matar Rafael Miguel e pais do ator, deve ser interrogado pela 1ª vez nesta sexta

Foto: Reprodução/Polícia Civil e Arquivo pessoal

Paulo Cupertino Matias, acusado de matar a tiros Rafael Miguel e os pais do ator em 9 de junho de 2019 na Zona Sul de São Paulo, deverá ser ouvido pela primeira vez nesta sexta-feira (7) pela Justiça de São Paulo. Além do empresário, dois amigos dele, acusados de ajudá-lo a se esconder e fugir após o crime, são réus no mesmo processo e também deverão ser interrogados.

Esta etapa do processo é chamada de audiência de instrução e servirá para a Justiça decidir se leva os três acusados a júri popular. Será a quarta audiência do mesmo caso. Ela está marcada para começar a partir das 13h no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste da capital.

Cupertino, de 52 anos, responde preso preventivamente pelos assassinatos de Rafael, de 22 anos, do pai dele, João Alcisio Miguel, de 52, e da mãe do ator, Miriam Selma Miguel, de 50. O Ministério Público (MP) o acusa de cometer o crime por ciúmes: não aceitar o namoro da filha, Isabela Tibcherani, com o artista. Na época, a estudante tinha 18 anos.

Câmeras de segurança gravaram a chacina (veja vídeo acima). Cupertino aparece atirando 13 vezes nas vítimas numa rua do bairro da Pedreira. Elas foram mortas na frente de Isabela e de mãe dela, ex-esposa do empresário.

Elas estavam próximas à casa em que moravam e não foram atingidas pelos disparos.Outras gravações registraram também o momento em que o assassino foge. Cupertino chegou a se esconder em outros estados e países. Ele só foi preso quase três anos após o crime, em 17 de maio deste ano, quando a Polícia Civil o encontrou disfarçado num hotel em São Paulo.

Cupertino chegou a dizer aos jornalistas que acompanharam sua prisão que ele é “inocente” e não matou “ninguém”. Apesar disso, ficou em silêncio quando foi interrogado na delegacia e não falou nada sobre o assassinato e sua fuga.

O empresário é acusado pelo Ministério Público pelos crimes de triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.

Ele é defendido pela Defensoria Pública, que oferece assessoria jurídica gratuita a acusados. Procurada pelo g1, a Defensoria informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que só vai se manifestar nos autos do processo.

Atualmente, Cupertino está detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarulhos, na Grande São Paulo. Assim como nas outras três audiências anteriores, ele estará presente no Fórum da Barra Funda. A sessão será conduzida pelo juiz Ricardo Augusto Ramos, da 1ª Vara do Júri.

Primeiramente serão ouvidas duas testemunhas da defesa de Cupertino: seu filho e uma parente. Após os depoimentos dessas pessoas, será a vez de interrogar o acusado.

Depois do empresário serão interrogados os dois amigos dele que também são réus no processo. Eles respondem em liberdade ao crime de favorecimento pessoal. Até a última atualização desta reportagem, o g1 não conseguiu localizar as defesas deles para comentarem o assunto.

Amigos de Cupertino

Os amigos de Cupertino acusados são: Eduardo Jose Machado, o "Eduardo da Pizzaria", dono de uma pizzaria na Zona Sul de São Paulo, e Wanderley Antunes Ribeiro Senhora, que mora em Sorocaba, no interior paulista.

De acordo com as investigações do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo, Eduardo e Wanderley são dois dos quatro amigos investigados pela suspeita de esconderem o criminoso.

Os outros dois seriam o dono de uma chácara em Mato Grosso e um fazendeiro no Paraguai. Não há a confirmação de que esses últimos tenham sido responsabilizados por algum crime.

Após os interrogatórios de Cupertino, Eduardo e Wanderley, o juiz decidirá se há elementos para levá-los a julgamento popular pelos crimes.

"Acreditamos que os réus serão levados a júri", disse o advogado Ricardo Marinho que, ao lado do também advogado Guilherme Wiltshire, defendem os interesses de Isabela, filha de Cupertino. Ela quer a condenação do pai, com quem cortou relações.

Veja os próximos passos do processo

O caso das mortes de Rafael Miguel e de sua família segue sob segredo de Justiça, mas os próximos passos do processo serão:

Serão ouvidas as testemunhas de defesa;

Depois, Cupertino e os outros dois acusados serão interrogados pela Justiça. Eles não precisam responder as perguntas, se desejarem assim. Podem ficar em silêncio;

Algum juiz ou juíza poderá ou não pronunciar os réus para que sejam levados a julgamento. Na primeira hipótese, a pronúncia é o convencimento da Justiça de que há provas contra os acusados de que eles cometeram crimes. E por isso devem ir, no caso específico, a júri;

Depois disso, a Justiça marcará uma data para o julgamento ocorrer. Como o caso é de crime doloso contra a vida, que é o homicídio, os réus serão julgados por sete jurados;

E como o favorecimento pessoal é um crime correlato ao de assassinato, os amigos de Cupertino também serão levados a julgamento popular no mesmo processo. Mas responderão somente por terem ajudado o assassino a fugir;

Caso seja marcado o júri, os jurados votarão e decidirão por maioria se condenam ou absolvem os réus;

Caberá ao magistrado ou magistrada dar a sentença. Se os jurados decidirem pela condenação dos acusados, a Justiça estipulará um tempo para o cumprimento da pena;

Lembrando que, como o julgamento ocorre na primeira instância da Justiça, sempre caberá recursos contra a decisão do júri.

Quem era Rafael Miguel

Rafael era conhecido na mídia por ter interpretado o personagem Paçoca na novela "Chiquititas", do SBT, e trabalhado em um famoso comercial em que uma criança pede brócolis à mãe. Ele também atuou em novelas da Globo, como “Pé na Jaca”, “Cama de Gato” e o especial de fim de ano “O Natal do menino imperador”.

 
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