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Notícias / Polícia

17/01/2023 às 15:01

Família faz apelo para localizar motorista que atropelou e matou jovem na BR-364

Diferença dos relatos do boletim de ocorrência e da única testemunha do acidente intrigam e deixam os pais de Wemerson aflitos e com medo de que o possível causador do acidente nunca seja responsabilizado

Paulo Henrique Fanaia

Família faz apelo para localizar motorista que atropelou e matou jovem na BR-364

Foto: Reprodução Arquivo Pessoal

Uma família de Cuiabá está desesperada buscando localizar um motorista de um caminhão suspeito de envolvimento no acidente que causou a morte do jovem Wemerson Ferreira de Sousa, de 23 anos.

O acidente ocorreu há exatamente um mês, na BR-364, KM 440, próximo ao Trevo do Lagarto, em Várzea Grande. Com medo de que o motorista não seja identificado, a família aponta diferenças nos relatos do boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil e o relato de uma testemunha que esteve no local.
 
Wemerson morava com os pais e uma irmã no bairro Alvorada, na Capital. De acordo com Ester Ferreira de Sousa, irmã mais nova de Wemerson, um dia antes do acidente, na sexta-feira (16), o rapaz passou a noite fora de casa se divertindo com alguns amigos. No sábado de manhã, ele saiu com alguns conhecidos.
 
Por volta das 11h, a família se reuniu em casa para almoçar, mas Wemerson ainda não havia ligado ou mandado mensagens. A família então passou a buscar informações sobre o rapaz, que, segundo uma amiga, havia ido passar o dia em um rio. O medo dos pais era de que Wemerson não tinha o costume de pilotar a sua motocicleta em locais com trânsito muito intenso, muito menos em rodovias.
 
Às 15h de sábado, a família recebeu uma ligação de um perito da Polícia Técnica dizendo que o garoto havia falecido em um acidente. Os pais ficaram abalados com a notícia e tiveram ajuda de parentes para retirar o corpo do rapaz do Instituto Médico Legal e encaminhar o corpo até a cidade natal do garoto, Jaciara, local onde ele foi velado e sepultado.
 
As divergências nos relatos
 
Devido ao choque, a família somente buscou informações sobre o acidente no dia 2 de janeiro deste ano, quando se deslocou até a Delegacia de Trânsito (Deletran) para retirar os pertences pessoais de Wemerson que estavam retidos no órgão. Lá eles foram informados pelo atendente que em torno de 30 dias o laudo pericial do acidente estaria pronto.
 
Eles receberam o boletim de ocorrência registrado no dia do acidente, dia 17 de dezembro. No documento oficial da polícia consta que o acidente ocorreu por volta das 10h50, momento em que Wemerson pilotava uma motocicleta da marca Honda Biz pela BR-364, KM 440 sentido Várzea Grande para Jangada, quando colidiu a moto na traseira de uma carreta e morreu na hora. O boletim de ocorrência sugere que o motorista da carreta não sentiu o impacto do acidente, por isso não parou e prestou socorro.
 
A perícia inicial diz que no local do acidente não havia marcas de frenagem na pista e que uma equipe da Rota do Oeste esteve no local recolhendo a moto que ficou destruída.
 
No mesmo dia, a família decidiu ir até o local de acidente para tentar encontrar alguém que havia presenciado a tragédia. Próximo ao local encontraram um morador que contou uma versão diferente do que foi registrado pela Polícia Civil.
 
Segundo a testemunha, Wemerson estava pilotando a moto quando parou do lado da rodovia e ficou ali por cerca de cinco minutos com a cabeça abaixada. Depois de um tempo, o rapaz seguiu viagem, momento em que foi atingido por uma carreta que vinha no sentido contrário em alta velocidade. A testemunha contou que a carreta invadiu a pista de Wemerson e atropelou o rapaz.
 
Como a carreta estava em alta velocidade, a testemunha não conseguiu anotar a placa do veículo, mas disse que era uma carreta branca. Segundo ele, não havia como a carreta não ter visto Wemerson, pois bateu de frente com a moto e fugiu sem prestar socorro. A testemunha ainda contou que próximo ao local há três câmeras de segurança que podem ter filmado o momento do acidente.
 
A família então foi até a sede da Rota do Oeste fazer a retirar a motocicleta, porém foram informados que a moto não estava no pátio e que ela já havia disso retirada por uma terceira pessoa.
 
O que dizem as autoridades
 
O Leiagora entrou em contato com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), com a Rota do Oeste e com a Polícia Civil para questionar sobre as divergências nos relatos do boletim de ocorrência e da testemunha, bem como para saber como estão as investigações sobre o caso.
 
A concessionária Rota do Oeste, que administra a via, respondeu que não possui atribuições de investigar ou periciar as causas de acidentes que acontecem nas rodovias administradas por ela. De acordo com a empresa, em casos de acidente a Rota presta socorro às vítimas, faz a sinalização e orientação do fluxo de veículos e auxilia os órgãos competentes nas atividades no momento do acidente.
 
Sobre a motocicleta pilotada por Wemerson no dia do acidente e sobre o fato de a família não ter localizado o veículo, a Rota do Oeste afirma que não faz a guarda de veículos envolvidos em ocorrências e que o encaminhamento desses veículos é feito de acordo com a orientação da PRF.
 
Solicitado pela reportagem, a Rota informou que fez uma busca pela motocicleta e que o veículo foi levado até o Trevo do Lagarto a pedido da Polícia e, na sequência, a empresa conveniada da PRF fez a remoção até o pátio que fica localizado no bairro São Matheus, em Cuiabá.
 
A Concessionária Rota do Oeste não possui atribuição para realizar investigação ou perícia em casos de acidentes de trânsito ocorridos em rodovias sob sua gestão. Essas atividades são de responsabilidade de órgãos competentes, como a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Judiciária Civil (PJC) e Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec). Sobre a motocicleta, a Rota do Oeste não faz a guarda de veículos envolvidos em ocorrências. O encaminhamento desses veículos é feito de acordo com a orientação da PRF, que é o órgão responsável para esta atividade. Especificamente no caso mencionado pela reportagem, a motocicleta foi levada até o Trevo do Lagarto a pedido da Polícia e, na sequência, a empresa conveniada da PRF fez a remoção até o seu pátio no bairro São Matheus, em Cuiabá.
 
Cabe à Rota do Oeste, em casos de acidentes, socorrer as vítimas envolvidas de forma mais célere possível, buscando salvar a vida e diminuir os danos provocados pelo choque. Ainda como parte do atendimento operacional, a Concessionária tem a missão de sinalizar e orientar o fluxo de veículos, bem como auxiliar os órgãos competentes, quando solicitado, nas atividades realizadas no local da ocorrência
”, diz a íntegra da nota. 
 
O Leiagora entrou em contato com a Polícia Civil no dia 12 de janeiro, mas até a publicação não obteve uma resposta oficial sobre o caso e nem sobre a dualidade de relatos. A reportagem ainda aguarda um posicionamento do órgão.
 
Já a Polícia Rodoviária Federal afirmou que as únicas informações que possuem sobre o acidente são as que constam no boletim de ocorrência da Polícia Civil.
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