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18/01/2023 às 17:37

Bióloga fala sobre problemas de saúde gerados por exposição a gases liberados em graxaria

Os moradores da região do Alameda, em VG, ingressaram na justiça para barrar a atividade em um frigorífico na cidade devido ao mal-estar gerado na população com o odor liberado devido à decomposição dos rejeitos

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Bióloga fala sobre problemas de saúde gerados por exposição a gases liberados em graxaria

Foto: Assessoria

O mau cheiro ocasionado pela atividade da graxaria em frigoríficos pode provocar sérios danos à saúde e vai muito além apenas do desconforto gerado pelo odor. Sintomas como náusea, vômitos, dor de cabeça são alguns dos problemas, mas os gases que são emitidos por conta da ação das bactérias nos rejeitos em decomposição também podem resultar em problemas que vão desde dermatites, irritação ocular, até problemas cardiovasculares, renais, gastrointestinais e até mesmo cerebral. 

“Esses rejeitos em decomposição por bactérias faz com que essas bactérias degradam este material, elas vão digerir, fazer digestão deste material, e neste processo como não tem oxigênio, porque é bastante poluído, ao invés de liberar gás carbônico, ela libera gás metano. Elas não tem oxigênio e fazem outro processo, elas possuem metabolismo diferente de nós animais, e liberam gases e que podem ser tóxico e um deles é esse cheiro de ovo podre, que é chamado de gás sulfeto de hidrogênio, com o tempo, a pessoa inalado pode provocar problemas de saúde, a princípio seriam sintomas como náusea, dor de cabeça, mal-estar”, explicou a bióloga Sandra Mariotto ao explicar o processo de decomposição adotado em graxarias. 

Os moradores da região do Alameda, em Várzea Grande, ingressaram na justiça contra a Marfrig Global Foods S. A, questionando os impactos ambientais e sociais na região ocasionados pelas atividades e retomada de obras que visam a reativação da graxaria. O juiz Rodrigo Roberto Curvo, da Vara Especializada de Meio Ambiente, já determinou a suspensão das obras voltadas para a instalação da graxaria. 

O assunto foi tema de reportagem da TV Centro América, exibida no Bom Dia Mato Grosso desta terça-feira (17), e traz a situação referente à construção da graxaria pelo frigorífico e destaca que os moradores foram pegos de surpresa ao saber das licenças prévias que foram concedidas para a instalação da graxaria, ainda em abril de 2021. 

“Era muito difícil a pessoa aguentar esse mau cheiro. O bairro já não tem nada, aí era dia e noite essa nojeira, aquela fedentina, coisa de louco. Recebíamos gente de fora, ficava dois dias e ia embora. Perguntavam como você aguenta? Isso aqui é uma carniça, uma privada. Ai parou, agora e ouvi essa conversa que vai começar outra vez”, relatou um dos moradores da região, o aposentado João Rodrigues.

Após denúncias de diversas irregularidades, estas licenças foram suspensas, mas ainda assim, as obras de adequação para funcionamento da unidade continuaram. Atualmente, a licença ambiental concedida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) também está suspensa. Vale destacar ainda que o atual plano  diretor da cidade não permite que este tipo de atividade seja instalada em regiões populosas, mas segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) a estrutura onde a graxaria poderá funcionar já existe desde 2013. 

“Entramos com uma ação popular para questionar a atividade de graxaria na região do bairro Alameda porque ela fere uma série de dispositivos legais, por causa dos impactos que traz à vizinhança e ao meio ambiente, que é um impacto muito grande. Essa ação ainda está numa fase inicial e hoje temos uma decisão liminar, inicial desse processo que impede a operação de atividade de graxaria”, explicou a advogada Fayrouz Mahala Arfox.

Além da ação que tramita na Vara Ambiental, a Associação de Praças Militares e Assessoria a Segurança Pública e Privada de Mato Grosso (Aspramat) também encaminhou uma denúncia ao Ministério Público Estadual (MPE) e Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) pedindo providências sobre o situação. “De posse dessas informações a associação achou por bem ajuizar uma ação administrativa no Ministério Público e na Sema para que esses órgãos de atuação ambiental acompanhem essa atividade mais de perto”, comentou Gleyton Rezende, presidente da Associação. 

A Sema informou acompanhar a situação e garante que a empresa não tem autorização para o funcionamento da graxaria até o momento, além disso, um inquérito foi instaurado pelo MPE para apurar se há irregularidades.

 
Da assessoria
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