A Comissão Especial Mista entre os Legislativos de Mato Grosso e Cuiabá ainda nem foi criada, mas está se tornando uma disputa politica entre os grupos que defendem o governador Mauro Mendes (União) e o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
Isso já pode ser percebido durante reunião realizada na tarde de quinta-feira (16), onde os parlamentares estaduais e municipais se reuniram para tratar do assunto.
O deputado estadual Wilson Santos (PSD), inclusive, alertou sobre o fato e chegou a sugerir que a Comissão seja formada por parlamentares independentes, a fim de não fomentar essa briga política entre os gestores estadual e municipal.
“Esse assunto ainda vai dar muito pano para manga e não vai ser encerrar tão facilmente. Isso virou uma briga política com poucos precedentes na história cuiabana. Acho que a intenção é boa, mas faço uma observação, que a composição dessa comissão fosse feita por parlamentares independentes, porque senão cada um vai chegar com o seu relatório pronto, os que defendem e o que atacam, e só vai ser mais um capítulo nessa novela”, disse.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Eduardo Botelho (União), contudo, não teme que isso ocorra. O parlamentar acredita que as discussões são naturais em qualquer processo, e que nessa Comissão não será diferente.
"Discussões sempre vão ter, não adianta, você não faz nada que não tenha discussão, só que com números não dá, os números são verdadeiros, são exatos. Isso não tem como mentir, como inventar. Agora, discussões são normais, tem gente que defende até o capeta se colocar ele aqui, vai ter gente pra defender ele. Isso faz parte da natureza humana”, colocou.
Acontece que, durante a reunião de quinta-feira (16), alguns parlamentares já deixaram claro o seu lado nessa “briga política” que envolve a saúde da Capital.
Os deputados estaduais Beto 2 a 1 (PSB) e Diego Guimarães (Republicanos), por exemplo, não esconderam que defendem o posicionamento do Governo do Estado.
“A gente tem que se debruçar para achar uma solução. Acho que a gente está com a o foco errado. A única certeza que a gente tem é que falta remédio, e que o atendimento no município não acontece, isso é um fato. A gente está tentando achar o culpado e não em busca da solução.
Temos que buscar uma solução, não apontar o culpado, os vereadores precisam fazer esse diálogo dentro da Prefeitura, prioritariamente, porque é um fato que a saúde de Cuiabá não funciona”, disse o socialista.
Diego, por sua vez, que até dias atrás era vereador de oposição em Cuiabá, também saiu em defesa de Mendes e pediu ainda a ampliação da investigação da Comissão Especial.
Ele diz que todos os dados referentes a repasses por parte do Governo do Estado estão no portal transparência, e que é necessário saber com que a Prefeitura de Cuiabá gasta esse recurso.
“Os dados do que é passado e do que não é passado são públicos, estão no portal transparência, e tenho certeza, pelo que eu tenho conhecimento, o governo Mauro Mendes tem honrado fielmente com os repasses para os municípios”, disse sugerindo que a investigação ocorra, não apenas no que é repassado pelo Governo do Estado, mas como e gasto esse repasse por parte do município.
O vereador Sargento Vidal (MDB), por sua vez, saiu em defesa do chefe do Executivo Municipal, frisando que a saúde de todo o estado desagua na Capital.
“Nós carregamos Mato Grosso nas costas. Ajudando a saúde de Cuiabá, posso garantir que essa casa de leis (Assembleia) estará ajudando a saúde de Mato Grosso”, alfinetou.
