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14/06/2023 às 09:47

Defesa de suplente de vereador preso durante depoimento entra com pedido de Habeas Corpus

Licínio Vieira de Almeida Júnior (PSD) foi preso preventivamente nessa terça (13) por ordem da 2ª Vara Criminal da Comarca de São Félix do Araguaia

Eloany Nascimento

Defesa de suplente de vereador preso durante depoimento entra com pedido de Habeas Corpus

Foto: reprodução/Câmara de Cuiabá

A defesa do advogado e suplente de vereador por Cuiabá, Licinio Vieira de Almeida Júnior (PSD), preso nessa terça-feira (13), entrou na justiça com um Habeas Corpus com pedido de liberdade. Ao Leiagora, o advogado Giovane Santin também negou as acusações contra seu cliente sobre suposto envolvimento em uma disputa por terra. 

O suplente foi preso preventivamente
enquanto prestava depoimento na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Cuiabá, em cumprimento a um mandado expedido pela 2ª Vara Criminal da Comarca de São Félix do Araguaia. Ele é investigado em uma ação que apura esbulho possessório e conflito agrário ocorridos no município de Luciara (a 1.166 km a nordeste da capital). 

Esbulho processório é configurado quando a
 perda da posse ou da propriedade de um determinado bem ocorre através de violência, clandestinidade ou precariedade.

Giovane Santin alega que Licínio foi a vítima da situação, pois ele havia comprado uma fazenda em São Félix do Araguaia há muito tempo e depois o mesmo vendedor que vendeu a terra para ele, teria vendido a propriedade rural para outra pessoa.

Contudo, segundo a Polícia Civil, Licínio estava na delegacia por ter sido intimado para ser ouvido no Núcleo de Pessoas Desaparecidas em um procedimento investigativo aberto para apurar o desaparecimento de Gérson Alexandrino da Silva, 51 anos, contratado por ele no mês de maio para trabalhar em duas fazendas com a prestação de serviços gerais e de limpeza de áreas da propriedade.

O morador de Cuiabá desapareceu no início de junho, na zona rural de Luciara. Os companheiros que foram contratados junto com ele e familiares do desaparecido já foram ouvidos na DHPP, em Cuiabá.

A Polícia Civil não confirma se há relação entre o desaparecimento do homem e a ação de esbulho processório.

Após o cumprimento da ordem judicial, o suplente foi levado à Polinter para os procedimentos de praxe, sendo acionado o Tribunal de Defesa de Prerrogativas da OAB-MT.

De acordo com o delegado Caio Fernando Albuquerque, do Núcleo de Pessoas Desaparecidas (NPD) da DHPP, Licínio estava sendo ouvido como possível testemunha do desaparecimento quando recebeu a ordem de prisão.

“Ele estava prestando esclarecimento sobre o desaparecimento do funcionário, que havia sido levado por ele até a região para trabalhar. O local onde os fatos ocorreram é bastante conhecido pela problemática da posse de terra, mas não há uma conclusão de que ele seria suspeito no desaparecimento. O depoimento dele foi interrompido com o cumprimento de prisão realizado pelos policiais da Polinter e o caso segue sendo investigado”, explicou ao Leiagora.

Desaparecimento do trabalhador

Gérson saiu de Cuiabá na segunda quinzena de maio, e foi com mais duas pessoas, todas conhecidas de muitos anos e moradores do mesmo bairro, na Capital, chamados pelo suplente de vereador para trabalhar nas fazendas dele na região Nordeste do estado com a limpeza de áreas e com trator.

Dois trabalhadores contratados informalmente junto com Gérson foram ouvidos em depoimento no NPD e alegaram que no dia 30 de maio foram chamados auxiliar o advogado a desatolar um veículo na estrada, que seguia sentido à cidade de Confresa. Depois, retornaram à sede de uma das fazendas para buscar pertences do advogado e visitantes. Gérson havia ficado na propriedade e teria sido encontrado, aparentemente, embriagado.

Após auxiliarem os visitantes do advogado com o veículo na estrada, os dois trabalhadores, conforme consta em depoimento, disseram que retornaram à fazenda, na manhã do dia 1º de junho, e não mais encontraram Gérson. Na hora, os dois colegas do desaparecido não deram muita atenção ao fato, pois pensaram que ele poderia estar pela propriedade. Na tarde daquele dia, começaram a procurá-lo e viram que seus pertences não estavam no quarto. Após buscas a pé e de moto em toda a região da fazenda, que é uma área de varjão com capim alto, não conseguiram encontrá-lo.

Conforme a apuração preliminar do NPD, a versão apresentada pelos colegas da vítima não apresenta credibilidade, uma vez que, mesmo dizendo que Gérson não foi encontrado na propriedade, nenhum deles chegou a registrar qualquer boletim em unidade policial da região para que diligências pudessem ser feitas a fim de localizá-lo. Somente quando retornaram a Cuiabá, os dois colegas da vítima avisaram a família de Gérson sobre o desaparecimento dele.

Uma irmã da vítima procurou a 1ª Delegacia de Cuiabá e registrou a ocorrência, que foi encaminhada para apuração ao NPD, da Delegacia de Homicídios.
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