Integrantes do grupo de Maracatu do Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso (Imune-MT), mais conhecido como Casa das Pretas, denunciaram o dono de um bar localizado em frente à Praça da Mandioca por supostos atos de intolerância e homofobia. O caso teria ocorrido na noite dessa terça-feira (20). Segundo a denúncia, o homem teria ido para cima dos alunos de percussão empunhando uma barra de ferro.
Além de ser considerada um dos pontos turísticos da cidade para turistas e moradores, a Praça da Mandioca também é utilizada para ensaios e atividades do instituto, realizada toda segunda e terça-feira.
Como de costume, nessa terça, os alunos se reuniram para o ensaio quando, por volta das 19h45, teve início uma confusão entre o proprietário do bar local e os integrantes do grupo de Maracatu.
De acordo com a presidente do Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso (Imune), Antonieta Costa, o homem chegou no local agressivo e, segurando uma barra de ferro nas mãos, se direcionou aos integrantes que estavam ensaiando percussão na praça.
Diante da situação, a Polícia Militar foi acionada.
Segundo a Casa das Pretas, o proprietário do estabelecimento negou aos policiais o uso da barra de ferro e disse que não ia agredir as pessoas, mas “furar os tambores”.
Conforme Antonieta, foi ela quem socorreu o grupo para que a agressão não chegasse às vias de fato. Ela também relata que essa não foi a primeira vez que o proprietário ameaça o grupo integrado também por pessoas da comunidade LGBTQIAP+.
“Ele não gosta de nada da comunidade e sempre teve resistência a jovens que são diferentes do que ele acredita que é certo e marginaliza a atividade popular. É comum esse senhor agredir com palavras de baixo calão, expressões homofóbicas, transfóbicas, racistas contra esse grupo e nossa Casa (Casa das Pretas)”, contou ao Leiagora.
Em posicionamento emitido nesta quarta (21), o instituto disse que uma suposta explicação para ter causado o surto do proprietário é porque nessa terça foi realizada a primeira reunião dos moradores para organizar a tradicional festa junina da Praça da Mandioca, e que o encontro foi anunciado em um grupo no aplicativo de mensagens aos moradores, mas que a turma de percussão não faz parte e por isso não estava ciente.
“Eles chegaram e foram arrumando os tambores e demais instrumentos quando o proprietário protagonizou as cenas de intolerância e homofobia”, diz trecho da nota.
A reportagem tentou entrar em contato com o proprietário do bar, mas os telefones disponibilizados estavam fora de área. O espaço segue aberto para sua versão dos fatos.