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28/06/2023 às 09:29

Vídeo | PF deflagra operação para desmontar grupo que fraudava aposentadorias de indígenas de dentro da Funai

Foram emitidas 19 ordens judiciais, sendo elas de busca e apreensão, afastamento temporário de função pública e mandado de prisão

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<Font color=Orange> Vídeo </font color> | PF deflagra operação para desmontar grupo que fraudava aposentadorias de indígenas de dentro da Funai

Foto: Polícia Federal Mato Grosso

A Polícia Federal, em atuação da Força Tarefa Previdenciária, deflagrou nesta quarta-feira (28) a “Operação Sangradouro” com o objetivo de desmontar uma associação criminosa dentro da Funai que operava um grande esquema de fraudes previdenciários em aposentadorias ilegais de indígenas. Ao todo foram expedidas 19 ordens cautelares judiciais pela Justiça Federal de Barra do Garças, sendo 16 mandados de busca e apreensão, duas ordens judiciais de afastamento temporário das funções públicas e um mandado de prisão preventiva, cumpridos nas cidades em Barra do Garças, Primavera do Leste, Poxoréu e Cuiabá.
 
Integrada por servidores públicos da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), cartorários, proprietários de correspondentes bancários e lideranças indígenas locais, a organização criminosa contava com a conivência de centenas de pessoas que obtiveram documentos falsos, a partir da adulteração de informações de identificação, em especial, a data de nascimento das pessoas, a fim de requerer aposentadorias por idade ilegais, causando um prejuízo estimado de cerca de R$ 64 milhões aos cofres públicos da União.
 
De acordo com investigação da Polícia Federal, considerando a expectativa de vida média do brasileiro de 77 anos, conforme dados oficiais do IBGE, o prejuízo a ser evitado com a operação ultrapassa o montante de R$ 260 milhões com a suspensão dos pagamentos ilícitos.
 
A fraude previdenciária tinha início com a expedição de documentos com dados falsos realizada por servidores da Funai. Eram emitidos o “Registro Administrativo de Nascimento de Indígenas” (Rani) e a “Certidão de Exercício de Atividade Rural”, ambos com adulteração de dados, em especial a idade dos indígenas, para simular o atendimento da idade mínima para aposentadoria por idade rural: 60 anos para homem e 55 anos para mulher.
 
A partir dessa falsidade inicial, os indígenas favorecidos pelo esquema usavam o Rani para a realização de registro de nascimento tardio em cartório, com a emissão de certidões de nascimento que, em seguida, serviam de lastro para a solicitação de diversos outros documentos públicos, tais como CPF e RG. Na sequência, compareciam a uma agência do INSS para requerer aposentadoria por idade, fazendo uso de todos os documentos falsos providenciados pelo esquema criminoso.
 
As investigações evidenciaram que os documentos ideologicamente falsificados eram frequentemente emitidos em intervalos de tempo muito curtos, poucos meses antes da apresentação do requerimento à Previdência Social.
 
Na sequência, os fraudadores ainda buscavam correspondentes bancários para obtenção de empréstimos consignados atrelados a essas aposentadorias, sempre no limite máximo da margem consignável, potencializando o prejuízo da fraude perpetrada.
 
Até o momento, foram identificados 552 falsos indígenas aposentados em todo o estado de Mato Grosso, com a perspectiva de novos identificados a partir da deflagração da operação.
 
Os investigados poderão responder pelos crimes de falsificação de documentos, estelionato previdenciário, formação de quadrilha e inserção de dados falsos em sistema de informação do Governo Federal.
 
 
Com assessoria
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