O prefeito de Primavera do Leste e candidato a presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Leonardo Bortolin (MDB), aproveitou a polêmica sobre a discussão da demarcação das Terras Indígenas Kapôt Nhĩnore, na divisa entre Mato Grosso e Pará, na Região Araguaia, para alfinetar o atual presidente Neurilan Fraga, que, segundo ele, “em 10 anos nunca colocou o pé na região”.
Durante entrevista concedida ao Agora na Capital dessa quarta-feira (2), Bortolin comentou a questão da possível demarcação das terras indígenas que podem afetar uma grande parte do município de Santa Cruz do Xingu. Bortolin garantiu que, caso seja eleito presidente da AMM, irá dar atenção ao tema.
“A AMM deve estar inserida nessa discussão. Santa Cruz do Xingu é um município que hoje tem trocado a pecuária pela lavoura, então é um município que tem agregado ainda mais na economia. Santa Cruz hoje está a cerca de 1.200 km de Cuiabá, é um município que precisa do apoio da AMM e da mão do estado. Eu já estive lá e infelizmente o atual presidente, em 10 anos, nunca colocou o pé por lá”, disse.
A terra indígena Kapôt Nhinore foi demarcada no dia 28 de julho e desde então começou a correr prazo de 90 dias para manifestação contrárias antes de ser possível a homologação. Caso seja concretizada, a TI terá 362 mil hectares, dos quais 95 mil já estão dentro do Território do Xingu, e o restante está dividido entre os municípios de Santa Cruz do Xingu, Vila Rica e São Félix do Xingu (PA). O território protegeria a aldeia de nascimento do cacique Raoni Metyktire.
Na manhã dessa quarta, a bancada federal de Mato Grosso se reuniu para planejar uma ação coordenada para tentar impedir a homologação da Terra Indigena. A reunião contou com 9 dos 11 parlamentares federais do estado, representantes de entidades do agro e do governador Mauro Mendes (União).
