Em sabatina na Câmara de Vereadores, o diretor-presidente do Departamento de Água e Esgoto (DAE), Carlos Alberto Simões, garantiu que o setor vem recebendo investimento e se posicionou contra a possibilidade de privatização dos serviços de saneamento de Várzea Grande.
Segundo ele, os investimentos que o município realiza está próximo de dar resultados. Como exemplo, Simões cita as Unidades de Tratamento de Água (ETAs) da Barra do Pari e da Imigrantes.
“Eu sou contra, sim. Acredito que o DAE deixará de ser de cunho social e terá cunho econômico. Deixará de ser público e será privado. Os investimentos serão normalmente feitos pelo BNDES, ou seja, dinheiro público. São situações distintas. As melhorias com a privatização são por causa dos investimentos. Nós estamos investindo e iremos em breve ter melhorias com as conclusões das obras das nossas ETA’s. Sobre as obras, a ETA Barra do Pari deve ter início de operação em 15 de dezembro, já a ETA da Imigrantes em 24 de março de 2024”, defendeu o diretor.
Apesar de seu posicionamento, os vereadores não pouparam críticas ao serviço oferecido pelo DAE atualmente. O presidente do Parlamento Municipal vereador Pedro Paulo Tolares, o Pedrinho (União), afirma, inclusive, que não consegue obter informações junto ao Departamento.
“Estou aqui há três mandatos, mas essa sua gestão é a pior pela qual passei. Quando a gente entra em contato contigo, na verdade, não é a gente que está em busca de informações, mas sim os moradores de Várzea Grande. Queremos que a população tenha pelo menos o atendimento básico, pois há bairros que ficam 10 e até 15 dias sem água, isso é desumano”, reclamou.
Apesar de ser contra a privatização, Simões afirma que Várzea Grande não tem a capacidade de água necessária para atender a toda a cidade.
“A nossa produção é de 750 litros por segundo, mas temos 70 de perda. Existe a perda física e econômica, sendo que a perda econômica é aquela das redes clandestinas e estão fora da nossa base, mas consomem a água do DAE. Ela corresponde a 60% desse total. Isso agrava muito a renda do nosso departamento, ou seja, é dinheiro perdido para investirmos em melhorias na água e esgoto”, explicou.
Diante disso, ele reconhece que a atual situação do município é “desumana”. “Concordo com o senhor que isso é desumano, porém não temos a capacidade de água necessária, por isso não podemos mudar a intermitência. Não é simples essa questão. A nossa realidade é essa, infelizmente. O problema é que não temos a capacidade de água necessária para entender o município”, completou.
Simões compareceu a Casa de Leis na última terça-feira (26) atendendo a um requerimento de autoria do vereador Bruno Rios (MDB). Após ouvir as justificativas do gestor do DAE, o parlamentar, inclusive, solicitou a realização de um plebiscito sobre a possibilidade de privatização do Departamento.
Ele quer que a população seja ouvida sobre o tema, uma vez que, em sua opinião, não existe outra alternativa para solucionar o problema da água em Várzea Grande.