05/08/2018 às 08:00
Maisa Martinelli
Uma escola particular de Paris, na França, anunciou uma medida inusitada: seus alunos irão portar um dispositivo de rastreamento eletrônico para garantir que eles assistam aula. A perda do aparelho implicará em uma multa de US$12 (cerca de R$45).
"Os alunos vão receber, no começo do semestre, um chaveiro com bluetooth, que devem carregar o tempo todo (em que estiverem na escola)", informou o liceu Rocroy Saint-Vicent de Paul.
Segundo a instituição, o aparelho vai identificar a presença de cada aluno nas aulas, na quadra de esportes, na biblioteca e ainda durante as excursões escolares. ?Também será útil nas simulações de situações de emergência", explicou o representante da escola.
Os chaveiros foram criados pela startup francesa NewSchool e estarão conectados a um aplicativo de celular. A empresa explica que, com a ferramenta, os professores poderão fazer a chamada em apenas alguns segundos, já que o bluetooth permite que o app consiga verificar a presença dos estudantes rapidamente.
A escola diz em seu site que o objetivo é se modernizar e ter mais ?segurança, simplicidade e eficácia?, além de ser uma maneira mais fácil de avisar os pais em caso de ausência. Além disso, a direção da instituição afirma que os chaveiros não terão geolocalização, garantindo uma ?alta proteção de dados?, com informações pessoais protegidas e cifradas.
A iniciativa, no entanto, é polêmica: cerca de 3,3 mil pessoas fizeram um abaixo-assinado na internet contra a nova medida, que deve entrar em vigor no próximo mês.
Uma aluna da instituição convocou no Twitter um protesto contra a novidade, alegando que a atividade é ilegal. "É uma forma de rastreamento dos estudantes. Em uma escola com poucos alunos, não vejo porque seria necessário um dispositivo assim", afirmou a adolescente. É uma zona cinzenta do ponto de vista legal e ético", completa. Sua publicação foi compartilhada mais de 2,6 mil vezes e teve mais de 250 comentários.
O abaixo-assinado, dirigido ao diretor da escola, alega que os estudantes não são ?objetos pertencentes ao liceu?. A petição foi lançada no dia 20 de julho e conseguiu 3,3 mil assinaturas.
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