A Assembleia Legislativa realizou na manhã desta terça-feira  (30) audiência pública para apresentar os números sobre a evolução das metas fiscais relativas ao 2º quadrimestre de janeiro a agosto de 2018 do Governo do Estado. Na oportunidade, o secretário de Fazenda, Rogério Gallo, fez a apresentação dos dados e disse que o Mato Grosso poderá encerrar o ano com déficit superior a R$ 1 bilhão, mesmo apresentando um superávit primário de R$ 400 milhões.

"Temos restos a pagar sem lastro financeiro e há uma contaminação de despesas de outros exercícios, demonstrando que de janeiro a agosto de 2018 R$ 1,7 bilhão de restos a pagar, sobretudo de 2017. Se fôssemos pagar todas as despesas que estão hoje prontas para pagamento desse exercício e também do déficit a pagar, nós teríamos uma conta superior a R$ 1 bilhão e, aí, a realidade do caixa não é aquela do superávit primário na apresentação que acabei de fazer?, afirmou Gallo.

Segundo o secretário, nesse valor de déficit já está descontado a de receita de R$ 400 milhões com relação a previsão de pagamento por parte do Governo Federal do Auxílio Financeiro para Fomento das Exportações (Fex). Recurso este que ainda não está confirmado entrar no cofre estadual até dezembro deste ano, o que pode aumentar ainda mais o déficit fiscal.

?Tenho que acreditar que vamos conseguir convencer politicamente o presidente da República e o Congresso Nacional. Primeiro, fazer uma movimentação no orçamento da União, que hoje temos lá, R$ 1,9 bilhão que é o Fex para todos os estados e temos um valor de apenas R$10 milhões. É preciso uma suplementação desse valor e a partir dessa suplementação, também uma lei que aprove o pagamento do FEX. Movimento grande da perspectiva política e da perspectiva também técnica. Não é algo simples a se fazer tendo uma ausência de orçamento e já quase no mês de novembro de 2018, mas acreditamos e já começamos articulação?, avaliou Gallo.

Além disso, nesse valor de déficit não está calculado as despesas de folha de pagamento mensal dos servidores que, atualmente, gira em torno de R$ 780 milhões, conforme o secretário.

FETHAB 2 ? Sobre a reedição do Fethab 2, que chegou a ser um pedido do governador eleito, Mauro Mendes (DEM), ao atual governador, Pedro Taques (PSDB), Gallo acredita que seja necessário essa medida. ?Eu tenho dito que para sustentação fiscal não podemos perder essa receita num momento que o Estado está em recuperação fiscal. No pior momento você perder R$ 450 milhões?, finaliza.