Aliado de Jair Bolsonaro (PSL) e pré-candidato à presidência da Câmara, o deputado Capitão Augusto (PR-SP) criticou a articulação política do novo governo e disse que o presidente eleito não deve se envolver na disputa pelo comando do Legislativo. Para o Capitão Augusto, Bolsonaro erra ao extinguir a Secretaria de Relações Institucionais e ao não dialogar com as lideranças partidárias, substituídas nas negociações, ao menos por enquanto, pelas bancadas temáticas. "O grande tendão de Aquiles do governo vai ser o Congresso, principalmente a Câmara. Está falantado um contato maior. Esta questão de trabalhar pelas bancadas temáticas é um erro. Na hora de colocar na balança entre os deputados daqui agradarem a bancada temática ou o partido, o partido tem peso maior", afirmou o deputado, nesta terça-feira (1º), ao chegar ao Congresso para a posse de Bolsonaro. "Sinto que está difícil este relacionamento com a Câmara", disse Augusto, que defende que um parlamentar tome a frente das negociações com o Legislativo. O deputado, que é coordenador da Frente Parlamentar da Segurança Pública, mais conhecida como "bancada da bala" também criticou a extinção do Ministério da Segurança. O Capitão Augusto disse ainda que Bolsonaro não deve se envolver na disputa pela presidência da Câmara. "O que a gente vê na prática é que não se aceita uma ingerência externa. O melhor que Bolsonaro faz é cuidar do Executivo e deixa que a gente se acerta aqui", afirmou o deputado. Outro pré-candidato ao comando da Casa, o atual vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (MDB-MG), também disse que a interferência deve ser evitada. "Sou um candidato independente e vejo com simpatia qualquer apoio que vier. Mas minha candidatura é para defender uma instituição que tem que ser empoderada", afirmou Fábio Ramalho.
Direto da Redação, Daniel Carvalho - Folhapress