O Pleno do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), acatou a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), no âmbito da Operação Rêmora, e  torna o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) réu na ação.

O deputado foi denunciado por organização criminosa, corrupção e por embaraçar  as investigações.

O  relator do processo,  Rondon Bassil Dower, começou lendo a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), ele explica como ocorreu as fraudes em licitações nas reformas de escolas em todo estado.

Os desembargadores Juvenal Pereira da Silva , Marcos Machado, Luiz Carlos Marilsen Andrade, Maria Aparecido, Serly Alves, Nilza Maria Pôssas, Antônia Gonçalves, pediram o afastamento dele.

" Vou manter fiel a meu entendimento desde o momento que assumi neste Tribunal inúmeras vezes, dezenas de vezes, proferir votos solitários no sentido de afastamento de deputado envolvido em ilícitos penais indícios suficientes, independente de MP ou não. As medidas cautelares podem ser decretadas do requerimento do MP se necessárias a ordem. E quero ter vista dos altos só nesta parte acompanho o voto do Juvenal", disse o magistrado Luiz Carlos.

O desembargador Orlando Perry pediu para que o Ministério Público para se manifestar acerca do afastamento do cargo. "Eu proponho que o MP se manifeste", disse.

Por  1 voto o pedido de afastamento do parlamentar foi negado. O voto que decidiu a permanência do parlamentar no cargo foi do desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha. Foram 10 votos contra e  9, a favor.  o. Conforme a alegação da maioria dos magistrados, o pedido não consta na ação do MPE.

Acompanharam o voto do relator para recebimento da denúncia,  os desembargadores  Orlando Perri, Juvenal Pereira, Marcio Vidal, Guiomar Teodoro Borges, Clarice Claudino da Silva, Maria Erotides Kneip, Marcos Machado, Dirceu dos Santos, Luiz Carlos da Costa, Maria Aparecida Ribeiro, Serly Marcondes Alves, Gilberto Giraldelli, Nilza Maria Pôssas de Carvalho, Antônia Siqueira Gonçalves, Helena Maria Bezerra Ramos,Alberto Ferreira de Souza e Marilsen Andrade Addario.

O desembargador Pedro Sakamoto se declarou suspeito.

O segurança do parlamentar, Milton Flávio de Brito Arruda, também virou réu no mesmo processo.

Deputado emite nota

O deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) lamentou o recebimento da denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual sem apresentar absolutamente nenhum elemento que comprove as acusações feitas. Maluf enfatizou que respeita o Tribunal de Justiça e garantiu que vai provar sua inocência durante o andamento da ação.

Assista a sessão aqui

Entenda a denúncia da  Ope­ração Remôra

O de­pu­tado Gui­lerme Maluf foi acu­sado de in­te­grar o nú­cleo de li­de­rava a or­ga­ni­zação que es­tava dentro da Seduc e ainda, sendo be­ne­fi­ciário di­reto de par­cela da pro­pina ar­re­ca­dada.

O MP acusa ainda, o par­la­mentar de usar as in­fluên­cias po­lí­ticas pro­por­ci­o­nadas pelo cargo para pro­mover as ar­ti­cu­la­ções ne­ces­sá­rias para am­pliar os es­quemas vol­tados para so­li­ci­tação e re­ce­bi­mento de pro­pinas.

Con­forme o MPE, no nú­cleo de li­de­rança da or­ga­ni­zação tinha ainda a par­ti­ci­pação do ex-se­cre­tário de Es­tado de Edu­cação, Per­mínio Pinto Filho.

Na pri­meira fase da ope­ração, foram 4 pes­soas  ti­veram  man­dados de pri­sões de­cre­tadas: os ex-ser­vi­dores da Seduc, Fábio Fri­geri, Moisés da Silva e Wander Luiz dos Reis; e o em­pre­sário Gi­o­vani Gui­zardi, dono da cons­tru­tora Dí­namo, apon­tado como a pessoa res­pon­sável por ar­re­cadar a pro­pina paga pelos em­prei­teiros.

Ao todo, 22 pes­soas foram de­nun­ci­adas pelo MPE sus­peitas de par­ti­ci­parem de  fraudes em li­ci­ta­ções, entre em­pre­sá­rios do ramo da cons­trução e ser­vi­dores pú­blicos. Eles res­pondem pelos crimes de cons­ti­tuição de or­ga­ni­zação cri­mi­nosa, for­mação de cartel, cor­rupção pas­siva e fraude em li­ci­tação.