Para que nascemos? Será que a vida tem um sentido? E se tem, qual é? Qual o sentido da minha vida? O que me motiva? Para que eu acordo de manhã?

Essas e outras perguntas são evocadas em algum momento da jornada da vida e acabam surgindo. De acordo com o guru Sri Prem Baba, autor do livro ?O propósito?, isso é o início da revolução da consciência e redirecionamento da própria vida.

?Uma coisa é fazer para ganhar dinheiro ou agradar, ter poder e fama, (propósito externo), em algum momento isso motiva, mas também chega o momento que esse entusiasmo se esgota e se esvai, pois não tem lastro. Essa é uma das raízes da angústia existencial humana, de muitos sintomas negativos e destrutivos, como a corrupção, ansiedade, depressão, vergonha e talvez o mais grave seja o sentimento de desencaixe, de não pertencimento, se sentir isolado, solitário?, explica ele.

Para além desse propósito, Baba pontua que há propósito interno, que seria como um programa de realização, que se manifesta quando podemos ser quem de fato somos.

?Talvez você use uma falsa identidade e tenha se habituado a ela, tenha se acostumado e com isso identifique sintomas como ansiedade, sentimento de desorientação, angústia, tristeza que não se explica, se sente um estranho no ninho?.

O guru usa o exemplo de uma criança, que quando chega no mundo é espontânea, livre e manifesta muitas fragrâncias do ser que ela é, confiando, amando, já que essa criança ainda não foi contaminada pela vergonha e medo, como ocorre com adultos.

?Quando criança, o que vc queria ser quando crescesse, quais eram os seus heróis e pessoas que você admirava? Esses são sinais, coordenadas do caminho a ser trilhado nesta vida. Assim como a criança aprende muito cedo a ter medo, ciúmes e ser possessiva, ela começa a se desconectar da essência de quem ela é e também começa a se esquecer desses primeiras sinalizações do que ela veio fazer aqui? pontua o guru.

Ele explica que muitas vezes o entorno não favorece, já que a criança escuta que o que ela quer é muito dificil, impossivel, uma fantasia, um sonho e este sonho, o direcionamento do caminho, acaba se esvaindo, sendo encoberto por uma série de crenças daquilo que quem está ao redor acredita que seja importante ou necessário.

Que para ela ser feliz ela precisa ser e fazer determinadas coisas e esse criança acaba criando um repertório para fazer essas coisas que o mundo está esperando dela.

Baba pontua que as pessoas acabam se tornando algo que não tem nada a ver com o que elas  são ou vieram fazer e que quanto maior a distância entre o propósito interno e externo, maior intenso serão os sintomas negativos, chegando ao ponto de causar doenças físicas.

?Imagina o sol que nasce com alguma intenção diferente de iluminar ou de aquecer, a água que tá querendo fazer alguma coisa diferente de saciar a sede, uma bailarina trabalhando num escritório, não orna. Há um conflito e você poderá ter problemas. O propósito só se manifesta quando você pode ser você mesmo?, diz ele.

Apesar disso, Prem Baba analisa que todas as questões apontadas são muito subjetivas, porém são questões existenciais e não importa onde a pessoa esteja, sua classe social, instrução, em algum momento ela vai se deparar com essas questões e vai questionar quem é o que veio fazer aqui.

?E aí um processo de desvendamento do ser tem início. O propósito está intimamente relacionado com a capacidade de amar incondicionalmente, pois esse programa de realização da alma é como um raio de construção, que sempre se manifesta em prol do bem comum, para unir, para facilitar a jornada de todos. E você, está correndo atrás do seu propósito interno? Se questiona sobre a direção, o caminho e vá!?.

Direto da redação, Josiane Dalmagro