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Notícias / Política

01/08/2019 às 09:16

Vice-prefeito avalia prejuízos com VLT; BRT seria solução para trânsito de Cuiabá

"Me pergunto: a que custo o VLT será finalizado? Esse modelo geraria um prejuízo final de mais de R$ 37 milhões por ano", avalia

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Vice-prefeito avalia prejuízos com VLT; BRT seria solução para trânsito de Cuiabá

Foto: Assessoria

Discutir Cuiabá, a fim de buscar soluções práticas e viáveis para os seus problemas de infraestrutura, é o argumento principal do vice-prefeito Niuan Ribeiro para concretizar um novo tempo para o município. Durante uma entrevista ao programa do Antero Paes de Barros, na Rádio Capital, nesta quarta-feira  (31), o gestor pontuou que essa premissa deve ser construída de maneira conjunta, por meio de uma política de convergência.

Dessa forma, agentes públicos e figuras técnicas poderão realizar um debate maduro e concreto sobre quais posturas, iniciativas e medidas  precisam ser implantadas para garantir uma mobilidade urbana de melhor qualidade e eficiência, bem como uma gestão probe e enxuta, que se desvia dos abusos de cargos públicos e gerencia os recursos com responsabilidade fiscal - a fim de assegurar que todos os setores sejam devidamente supridos em suas necessidades. 

"Minha vontade é discutir Cuiabá, arquitetando  soluções novas e disruptivas. A própria política tem enfrentado esse momento de disrupção e de mudança, em virtude de tudo o que tem acontecido, e eu quero participar desse processo, estando em um grupo que aborde essas temáticas em um alto nível. Neste contexto, precisamos pensar em medidas que fortaleçam a população. Diariamente pessoas me procuram a respeito da falta de empregos e estamos diante de um tempo criativo com startups e eu quero trabalhar com isso. Tenho um projeto que em breve será apresentado ao prefeito Emanuel Pinheiro, intitulado Cuiabá Lab 300, que visa desenvolver um ambiente propício para que jovens programadores possam pensar em ideias e iniciativas que resolvam os problemas de Cuiabá, por meio da tecnologia e outras ferramentas digitais. Essa proposta já existe em Recife e tem funcionado muito bem e vemos plataformas globais que também surgiram dessa mudança de mentalidade, como é o caso dos aplicativos de corridas particulares. E o jovem tem essa percepção de querer fazer a diferença e podemos usufruir dessa criatividade e habilidade para trazer respostas à problemas antigos que nossa cidade sofre", afirmou Niuan Ribeiro, vice-prefeito de Cuiabá.

E como parte do objetivo de buscar soluções que impactam a sociedade, o gestor refletiu sobre a atual situação do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que vive um imbróglio em virtude de uma série de desvios de verba, assim como de má gestão dos recursos destinados para o modal. Ponderando sua  posição em relação à finalização das obras deste transporte público, Niuan foi categórico em afirmar a inviabilidade do projeto, considerando os dados mais recentes obtidos junto à Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT). Como um agente  político que se posiciona contra à modalidade de mobilidade urbana, ele ainda salientou os altos custos de manutenção da estrutura, bem como a ausência de investimentos em outras áreas que possuem maior urgência.
 
"É fundamental discutirmos a mobilidade  urbana da cidade, abordando tanto o VLT, bem como a construção de novas vias em áreas onde temos um grande gargalo, como atualmente é o caso da Avenida do CPA. Esse debate precisa contar com pessoas técnicas que dominam o assunto, para que todos possamos compreender melhor o contexto em que estamos e para que a temática seja avaliada de maneira profunda e correta. Hoje a discussão gira em torno da finalização do novo modal, mas me pergunto: a que custo o VLT será finalizado? Esse modelo geraria um prejuízo final de mais  de R$ 37 milhões por ano. Essa decisão precisa ser tomada a partir de um cunho técnico, sabendo que administrar é elencar prioridades. Os posicionamentos apresentados têm se sustentado em fins políticos, quando de fato o veículo é inviável economicamente.  Para que esse tipo de transporte seja factível, é necessário que haja um fluxo de 15 mil passageiros por hora em Cuiabá. No entanto, nossa cidade conta com pouco mais de sete mil, segundo um levantamento feito pela consultoria contratada para executar o estudo  de viabilidade da obra. Esse cenário deve ser ainda pior, considerando que na época ainda não existiam os aplicativos de corridas particulares. Na nossa realidade, o BRT (Bus Rapid Transit) é o mais aconselhável, além de ter um custo de implantação menor, de cerca de R$ 400 milhões", revelou.

E em se tratando dos altos investimentos  que o VLT já tem gerado para Cuiabá e Várzea Grande, Niuan ainda ponderou sobre a essencialidade de aplicar os recursos em áreas onde ambos os municípios têm sofrido com escassez. Salientando que necessidades básicas ainda não foram supridas, o gestor comentou sobre os custos que a obra já tem gerado para toda a população.

"Aqui existe um vício de origem, um erro cometido no passado e que corre o risco de ser perpetuado, caso as obras do modal sigam adiante. Muito mais que ser insustentável financeiramente, essa  opção de transporte público é uma alternativa que não resolve os maiores entraves na nossa cidade. Com o valor desse déficit anual que o veículo trará, é possível investir consideravelmente mais na saúde, em unidades de atendimento, em abastecimento desses  espaços, na construção de novos viadutos, bem como na otimização de outros serviços existentes. Estamos diante de um quadro caótico, onde o povo perece com falta de estrutura, muita corrupção e péssima qualidade de vida. Isso precisa ser a prioridade de qualquer   gestor. Insistir no erro custará muito mais do que já pagamos por essa obra", concluiu.
Da assessoria 
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1 comentário

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  • Cidadão Cuiabano 06/08/2019 às 00:00

    Antes de se propalar discursos a respeito, ainda que extemporâneos, necessário se faz apoiá-los em trabalhos responsáveis. Abstraindo até dos custos já dispendidos no VLT, o que aponta para um caminho sem volta, uma opção lá atrás do BRT, que considerasse seus custos e impactos reais, apontaria para sua não aplicabilidade em Cuiabá, nos trechos de projeto. Alguém por acaso, nesses estudos do BRT considerou que as vias de Cuiabá, por serem estreitas, teriam que ter desapropriações numa maior largura, impactando fortemente as vias? Ou consideraram os custos de manutenção das vias decorrentes do estrago que o BRT proporciona? Ou que as regiões onde tem BRT, ao contrário do VLT, se desvalorizam? Ou que as composições do BRT devem ser substituídas várias vezes no prazo comparativo com o VLT? Que há desgaste de material rodante? Que o BRT é altamente poluidor, em vários aspectos? Ou seja, há que se considerar os custos e benefícios totais do empreendimento, lembrando, no caso do VLT, da valorização imobiliária nas regiões vizinhas com aumento na arrecadação de impostos, economia na manutenção das vias, menor poluição do ar, sonora, visual, retirada de veículos individuais das ruas, etc.

 
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