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Notícias / Esporte

14/01/2020 às 14:25

Bolinha (quase) dourada

Tênis de mesa vive momento de grande evolução

Leiagora

Bolinha (quase) dourada

Foto: Fernando Maia/MPIX/CPB

Uma das modalidades que mais avançou no Brasil durante o ciclo dos Jogos de Tóquio é o tênis de mesa. No segmento olímpico, importante fazer o destaque, são cinco atletas entre os cem melhores do mundo no masculino (sendo um deles, Hugo Calderano, no top 10) e uma jogadora (Bruna Takahashi) no top 50 do ranking feminino. Em janeiro de 2016, eram só dois brasileiros (Calderano e Gustavo Tsuboi) no grupo dos 100 principais mesatenistas do planeta.

Vamos nos ater ao paralímpico, onde a evolução também foi significativa. Antes, dois rápidos destaques. No tênis de mesa adaptado, são 10 classes físico-motoras, sendo de 1 a 5 voltadas para cadeirantes e de 6 a 10 para andantes (que podem ter deficiência na locomoção, mas sem necessitar da cadeira de rodas para jogar). E vale a lembrança, no paradesporto, quanto maior o número da classe, menor o grau de comprometimento.

Comecemos pela perspectiva com a qual o ciclo de Tóquio iniciou. Antes da edição dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, o Brasil tinha uma medalha na modalidade no evento: a prata de Luiz Algacir da Silva e Welder Knaf na disputa por equipes da classe 3 masculina em Pequim 2008. Apenas em 2016 vieram quatro pódios, a prata na classe 7 masculina, com Israel Stroh, e três bronzes, com Bruna Alexandre (classe 10 feminina), com a equipe masculina da classe 1-2 (formada por Iranildo Espíndola, Guilherme Costa e Aloísio Lima) e com a feminina das classes 9 e 10 (composta por Bruna Alexandre, Jennyfer Parinos e Danielle Rauen).

De lá para cá os brasileiros conquistaram outros resultados significativos. No ano seguinte aos Jogos o trio Bruna, Jennyfer e Danielle fez história mais uma vez ao ser campeão do Mundial por equipes, na Eslováquia. Em 2018, na Eslovênia, Cátia Oliveira levou a prata no Mundial individual na classe 2 (a primeira medalha da história do país no torneio). Feito dedicado ao pai, que faleceu no dia da final. Ao longo do ciclo, a paulista venceu três vezes a chinesa Liu Jing, dona de seis ouros paralímpicos (três individuais e três por equipes), e recentemente deu o troco na sul-coreana Su-Yeon Seo, seu algoz no Mundial.

A consequência é que hoje há oito brasileiros no top 10 de suas classes (dois a mais que em janeiro de 2016). Se Aloísio Lima caiu de 10º para 17º na classe 1 masculina, três mesatenistas passaram a figurar nesse grupo seleto em suas categorias. Casos de Jennyfer Parinos, 10ª da classe 9 feminina (era 11ª em 2016), do campeão parapan-americano Paulo Salmin, 10º da classe 7 masculina (era 15º) e de Israel Stroh, que pulou de 12º para 5º, também na classe 7, tendo superado o espanhol Jordi Morales, campeão mundial nessa categoria. Figuram ainda entre os 10 melhores Welder Knaf (7º na classe 3), Cátia Oliveira (4ª na classe 2), Joyce Oliveira (9ª na classe 4), Danielle Rauen (8ª na classe 9) e Bruna Alexandre (4ª na classe 10).

Em relação à Bruna deve ser aberto um parêntese, ela também compete entre esportistas sem deficiência. Em 2019 chegou às quartas de final da chave individual dos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, perdendo somente para a chinesa naturalizada norte-americana Lily Zhang, que viria a ser campeã. A catarinense está na briga para, quem sabe, ser a primeira brasileira a competir tanto na Olimpíada como na Paralimpíada, repetindo o que fez a polonesa Natalia Partyka, líder do ranking mundial da classe 10 feminina e que competiu nos dois eventos em 2008 e 2012.

Uma das novidades no caminho para Tóquio, na comparação com o ciclo do Rio, é que, agora, a seleção treina junta em São Paulo, no Centro de Treinamento Paralímpico. Antes, o time de cadeirantes se reunia em Brasília e o de andantes se concentrava em Piracicaba, no interior paulista. O acesso à estrutura do CT e o número mais reduzido de atletas com os quais a seleção trabalha diretamente são entendidos como uma parte da explicação para os resultados. A outra, claro, é o empenho dos próprios atletas, que chegam mais maduros (a maioria a caminho, pelo menos, da segunda Paralimpíada), acostumados a decisões e a encarar, e vencer, os principais rivais.
Agência Brasil
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