Os 380 mil estudantes da rede estadual de ensino em Mato Grosso podem ver a segunda data anunciada para início do ano letivo de 2020 ser adiada. A medida deve ser informada pelo governo nesta semana e é um reflexo dos avanços do novo coronavírus no Estado.
As aulas teriam início no dia 23 de março - um atraso no calendário provocado por greves anteriores. No entanto, uma semana antes do retorno das atividades, o governador Mauro Mendes anunciou, entre outras medidas, a suspensão das aulas até o dia 5 de abril.
“Provavelmente é uma decisão que vai ter que ser revista. Se nós tivermos numa crise muito alta, não seria recomendável voltar”, comentou o secretário de Saúde do Estado, Gilberto Figueiredo, em coletiva na tarde de quinta-feira (26).
Na ocasião, Figueiredo fazia a atualização dos avanços da pandemia em Mato Grosso, informando 11 casos de infecção confirmados, frente à 385 suspeitos.
E mesmo comprovando a proliferação do coronavírus no Estado, que no início da semana tinha 18 casos confirmados, o governo passou a flexibilizar as normas de prevenção em Mato Grosso, liberando o funcionamento de shoppings, bancos e comércio.
Contudo, segundo as projeções da própria Secretaria de Saúde do Estado, o vírus pode atingir o ápice de contágio no fim de abril, o que significaria que as infecções aconteceriam já pouco depois do início das aulas, caso sejam mantidas para o dia estipulado.
Segundo Figueiredo, a data foi a escolhida uma vez que a suspensão das atividades por duas semanas seria a medida necessária para acompanhar os primeiros passos do vírus em Mato Grosso.
O secretário ainda revelou que o governo tinha a “expectativa” que, em razão do calor, o vírus não causasse grandes preocupações em Mato Grosso. Hoje, sabe-se que que não há comprovação científica da ligação entre o calor e a resistência do coronavírus.
“Se no dia 7 entendermos que não é conveniente voltarmos às aulas na rede estadual, essa será a decisão do governo do estado”, cravou Figueiredo.
Ao Leiagora, a Secretaria de Educação informou que “a prorrogação do recesso vai depender da situação em que se encontrará o estado quando terminar o período de suspensão”.
A Pasta ainda informou que sua secretária, Marioneide Kliemaschewsk, compõe o Gabinete de Situação, coordenado pelo governador Mauro Mendes, e que uma decisão deve ser apresentada nos próximos dias.
Cabe destacar que essa suspensão das atividades escolares é caracterizada como adiantamento do recesso escolar, ou seja, das férias de julho. Ao todo, 380 mil alunos das 767 escolas estaduais foram afetados.
A Seduc disse ainda que "estuda medidas para que se garanta o cumprimento do ano letivo de 2020, assegurando o direito à uma Educação de qualidade a todos os estudantes e sem prejuízos aos profissionais da educação".