O Ministério da Saúde fez, nessa semana, o último repasse de equipamentos de proteção para os governos estaduais, totalizando quase 40 milhões de itens distribuídos em três remessas. Mas se esse número te pareceu astronômico, não se engane: apenas 1,43% dos materiais chegou até Mato Grosso, que sofre com a falta de equipamentos.
Conforme o Governo Federal, os kits enviados aos estados contém álcool etílico, óculos de proteção, luvas para procedimentos não cirúrgicos, sapatilhas, máscaras cirúrgicas, aventais e toucas hospitalares.
Desses, os que foram remetidos em maiores quantidades foram luvas e máscaras, que, juntas, totalizaram mais de 38,2 milhões materiais. Em falta nas unidades de saúde, aventais descartáveis foram o terceiro EPI mais distribuído, tendo sido enviados 742 mil exemplares.
Apesar disso, Mato Grosso teria recebido apenas 562.780 equipamentos, dos quais a Secretaria de Estado de Saúde confirmou o recebimento de 170.408 deles. O número é ainda superior o que foi encaminhado para o Distrito Federal, que recebeu 534.752 materiais.
Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (31), o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, avaliou que o “auxílio” do Ministério da Saúde não seria capaz de suprir sequer 20% da demanda estadual, que já se prepara para o pico de surtos do coronavírus.
"O que recebemos não é suficiente para uma semana do período mais alto da epidemia. Temos um caminho muito longo pela frente", disse à imprensa.
Ainda conforme Figueiredo, o Estado tem buscado alternativas para driblar a falta de materiais, como busca por doações e parcerias, além de tentar importar os insumos de Saúde de empresas chinesas.
Atualmente, segundo boletim divulgado também nesta terça-feira, Mato Grosso possui 25 casos de infecção por Covid-19, causada pelo coronavírus, sendo que oito desses pacientes estão hospitalizados. Nenhuma morte pela doença foi confirmada no estado.
Falta equipamento
A falta de equipamentos de proteção individual tem sido denunciada por diversos profissionais e pacientes aos órgãos de controle, como o próprio Conselho Regional de Medicina e até o Ministério Público do Estado.
Entre os materiais mais procurados e menos encontrados pelos trabalhadores da linha de frente estão as máscaras, que não podem ser descartadas a cada três horas por falta de material, e aventais descartáveis.
O MPE também chegou a emitir uma notificação ao Estado para que o governo lembre que outros grupos também precisam receber EPIs, como aqueles que atuam nas penitenciárias do Estado. Segundo levantamento do órgão, dos 53 presídios do estado, quase 30 deles não têm EPIs ou materiais básicos de limpeza.
Uma série de recomendações foi expedida para os diretores dos presídios. Confira aqui.
