Cuiabá, sexta-feira, 26/04/2024
19:59:56
informe o texto

Notícias / Política

01/06/2020 às 17:31

Investigada por empréstimo de R$ 1,5 milhão, Selma nega doação ilegal e diz que fatos são antigos

Novo inquérito da PF contra a senadora cassada Selma Arruda veio à público nesta segunda-feira

Camilla Zeni

Investigada por empréstimo de R$ 1,5 milhão, Selma nega doação ilegal e diz que fatos são antigos

Foto: Leiagora

A senadora cassada Selma Arruda (Podemos-MT) negou que o empréstimo de R$ 1,5 milhão feito com seu então suplente nas eleições de 2018, Gilberto Possamai, seja doação ilegal. A alegação voltou à tona nesta segunda-feira (1º), quando o jornal A Gazeta revelou a existência de um inquérito da Polícia Federal (PF) para investigar o fato.

A denúncia que deu origem à investigação teria partido do atual senador interino Carlos Fávaro (PSD), que assumiu na vaga deixada por Selma, em abril deste ano. 

À Polícia Federal, a defesa de Fávaro alegou que, em entrevistas à imprensa, o suplente da senadora teria revelado que o empréstimo de R$ 1,5 milhão, que chegou a ser questionado judicialmente no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), seria forjado.

“Não seria doação ilegal. O empréstimo, a Justiça Eleitoral já decidiu que foi irregular. A doação seria autofinanciamento de campanha”, disse Selma ao Leiagora

A senadora, porém, alegou que não sabia do inquérito antes do caso surgir na imprensa e afirmou que não é capaz de opinar sobre um inquérito que nunca viu. 

Investigação

Conforme revelou a reportagem, a denúncia de Carlos Fávaro teria sido feita pelo senador em janeiro, com base em declarações da própria Selma e de seu suplemente, Gilberto Possamai.

Em um pronunciamento no Senado, em abril de 2019, Selma teria dito que o dinheiro era exclusivo do seu primeiro suplente, sendo, portanto, um autofinanciamento de campanha. Para ela, não caberia a acusação de abuso de poder econômico, a qual a fez ser condenada judicialmente.

Depois, Selma teria dito que o valor não foi um em empréstimo, mas uma troca pela garantia de que Possamai iria assumir como senador por um tempo, diante de um afastamento programado pela senadora. Para os advogados de Fávaro, isso evidencia que houve doação ilegal por parte do suplente e, portanto, crime eleitoral. 

Cassação

Em abril de 2019 Selma teve o mandato cassado por caixa dois e abuso de poder econômico na Justiça Eleitoral mato-grossense, depois que o Ministério Público Eleitoral comprovou quase R$ 700 mil de valores gastos como caixa dois.

Selma recorreu e levou a decisão para o Tribunal Superior Eleitoral, que em dezembro daquele ano firmou o mesmo entendimento, decretando a perda do mandato. Já em abril de 2020 o Senado deu fim ao rito de cassação, declarando a vacância do cargo.

 
Depois de todo o trâmite, Selma alegou que teria sido vítima de perseguição política. Chegou a manifestar diversas vezes que combater a corrupção não era fácil e anunciou que, com o fim do mandato, passaria a advogar.
Recentemente ela teve o pedido de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil em Brasília (OAB-DF) suspenso e passou a responder um processo de inidoneidade moral por ter omitido a informação de que teve o mandato cassado por prática de corrupção.
Clique aqui, entre na comunidade de WhatsApp do Leiagora e receba notícias em tempo real.

Siga-nos no Twitter e acompanhe as notícias em primeira mão.


 

0 comentários

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do site. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

 
Sitevip Internet