A senadora cassada Selma Arruda (Podemos-MT) negou que o empréstimo de R$ 1,5 milhão feito com seu então suplente nas eleições de 2018, Gilberto Possamai, seja doação ilegal. A alegação voltou à tona nesta segunda-feira (1º), quando o jornal A Gazeta revelou a existência de um inquérito da Polícia Federal (PF) para investigar o fato.
A denúncia que deu origem à investigação teria partido do atual senador interino Carlos Fávaro (PSD), que assumiu na vaga deixada por Selma, em abril deste ano.
À Polícia Federal, a defesa de Fávaro alegou que, em entrevistas à imprensa, o suplente da senadora teria revelado que o empréstimo de R$ 1,5 milhão, que chegou a ser questionado judicialmente no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), seria forjado.
“Não seria doação ilegal. O empréstimo, a Justiça Eleitoral já decidiu que foi irregular. A doação seria autofinanciamento de campanha”, disse Selma ao Leiagora.
A senadora, porém, alegou que não sabia do inquérito antes do caso surgir na imprensa e afirmou que não é capaz de opinar sobre um inquérito que nunca viu.
Investigação
Conforme revelou a reportagem, a denúncia de Carlos Fávaro teria sido feita pelo senador em janeiro, com base em declarações da própria Selma e de seu suplemente, Gilberto Possamai.
Em um pronunciamento no Senado, em abril de 2019, Selma teria dito que o dinheiro era exclusivo do seu primeiro suplente, sendo, portanto, um autofinanciamento de campanha. Para ela, não caberia a acusação de abuso de poder econômico, a qual a fez ser condenada judicialmente.
Depois, Selma teria dito que o valor não foi um em empréstimo, mas uma troca pela garantia de que Possamai iria assumir como senador por um tempo, diante de um afastamento programado pela senadora. Para os advogados de Fávaro, isso evidencia que houve doação ilegal por parte do suplente e, portanto, crime eleitoral.
Cassação
Em abril de 2019 Selma teve o mandato cassado por caixa dois e abuso de poder econômico na Justiça Eleitoral mato-grossense, depois que o Ministério Público Eleitoral comprovou quase R$ 700 mil de valores gastos como caixa dois.
Selma recorreu e levou a decisão para o Tribunal Superior Eleitoral, que em dezembro daquele ano firmou o mesmo entendimento, decretando a perda do mandato. Já em abril de 2020 o Senado deu fim ao rito de cassação, declarando a vacância do cargo.
Recentemente ela teve o pedido de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil em Brasília (OAB-DF) suspenso e passou a responder um processo de inidoneidade moral por ter omitido a informação de que teve o mandato cassado por prática de corrupção.
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