O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque anunciou que a mistura de 12% do biodiesel ao diesel derivado de petróleo será reduzido a 10%. A mudança, segundo ele, é motivada por um “desbalanço da oferta do biocombustível, frente à demanda prevista para o próximo bimestre”. Contudo, essa decisão não foi bem aceita por entidades que representam as indústrias produtoras de biocombustível, que alegam que a mudança pode causar prejuízos bilionários para o setor.
A declaração do ministro foi feita nessa quinta-feira (13), durante a Biodiesel Week, evento promovido pela Ubrabio e Embrapa. Bento ainda chegou a dizer que a alteração “não se caracteriza de forma alguma em uma diminuição da relevância que o governo federal atribui a essa exitosa política pública”.
Pegos de surpresa, os representantes das Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), passaram horas avaliando o que a mudança poderia causar e quais ações precisavam tomar antes da decisão entrar em vigor, já que deve ocorrer em setembro e outubro.
Convictos que a decisão é ilegal e prejudicial ao setor, o grupo enviou uma carta ao ministro Bento Albuquerque, pedindo que a Agência Nacional de Petróleo e o Ministério de Minas e Energia, reveja a decisão. No documento eles ainda pontuam os problemas que essa mudança pode causar. “Se vir a acontecer, será desastroso com a perda de bilhões de reais”, alega o vice-presidente da Aprobio, Rodrigo Prosdócimo Guerra.
Segundo Guerra, na carta eles questionam de forma administrativa a mudança, mas que se não for atendida, devem ‘judicializar’ o pedido. Ele ainda justifica que não é necessário tomar essa decisão de forma imediata, e que “podem fazer um ajuste de mistura mais para frente, se ver que vai faltar [biocombustível]”.