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Notícias / Agro e Economia

30/09/2020 às 16:00

MT tem menos de 180 mil t. de soja e indústrias devem ficar sem matéria-prima

Escassez da oleaginosa resultou em uma valorização recorde na última semana e a saca do cereal chegou a custar R$ 150 em algumas praças do Estado

Edyeverson Hilario

MT tem menos de 180 mil t. de soja e indústrias devem ficar sem matéria-prima

Foto: Pixabay

Apesar da produção de 35,4 milhões de toneladas de soja em Mato Grosso, algumas indústrias processadoras podem ficar sem matéria-prima e, consecutivamente, parar as atividades até o final do ano.

Com apenas 0,5% da produção disponível no mercado, o Estado tem menos de 180 mil toneladas do cereal para ser comercializado. Devido à escassez, a oleaginosa teve uma valorização recorde na última semana e chegou a custar R$ 150.
 
A eminente falta do cereal começou a ser percebida em agosto, “quando [as indústrias] viram que as exportações ainda continuavam acontecendo mais do que o histórico. Os indicadores de exportações mostravam isso. Então fizeram um balanço e constaram que olhando para a demanda que eles teriam até o final do ano, iria faltar”, recordou o consultor de mercado da corretora e consultora de mercado Basis Agro, Lucas Martins.
 
Desde então começou – como havíamos informado antes em matéria, uma espécie de corrida ao ouro no Estado. “Por isso, muitos estão desesperado atrás da soja”, comenta o consultor. Apesar de não ter certeza se o cenário vai se consolidar, Lucas destaca: “tudo indica que vai faltar [soja]”.
 
Segundo ele, a atual conjuntura é resultado de uma série de acontecimentos. A alta demanda do mercado interno, os envios recordes de soja para o exterior, a estimativa de redução da safra americana, além do fator câmbio, já que a oleaginosa é negociada na Bolsa de Chicago e o dólar está instável desde o começo do ano.
 
É importante ressaltar que não há previsão de mudança no cenário, pois a demanda pela soja deve se manter firme até o fim do ano. Principalmente a externa, haja visto que o mundo tem consumido um volume maior de alimento. Situação causada pelas restrições imposta pela pandemia do coronavírus, que tem “forçado” as famílias a ficarem em casa e, por sua vez, contribui para um maior consumo doméstico.
 
Além disso, a China – maior comprador de soja do Brasil, está se recuperando dos surtos de Peste Suína Africana, que impactou significativamente o volume do rebanho suínos no país e também o consumo de soja.
 
Devido a essa conjuntura, a saca do cereal chegou a custar R$150 em algumas praças do Estado. Valor que dificulta a manutenção das atividades de algumas indústrias, pois o valor fica inatingível para indústrias de médio e pequeno porte. Situação que segundo o consultor da Basis Agro, “pode resultar em uma pausa maior nas atividades da indústria. Já que todo o ano eles param os trabalhos para fazer manutenção das máquinas”.
 
Para se ter uma ideia, no final de julho a saca da soja custava, em média, R$ 107. Desde começou a sofrer valorizações sobre valorizações, resultando em um aumento de 40,1%, até este mês.
 
A nível de comparação, no começo do ano, o produtor precisava de 5 mil sacas de soja para comprar uma caminhonete. Hoje, com apenas 1 mil sacas de soja, o produtor consegue comprar o veículo.
 
Até a chegada da nova safra não é possível fazer previsões se haverá ou não novos aumentos, haja visto que o dólar permanece instável. Além disso, os impasses comerciais entre a China e Estados Unidos e ainda a pandemia do novo coronavírus, demonstram que a instabilidade deve se manter.
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