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Notícias / Política

31/12/2020 às 09:50

Mandato de Emanuel é mix de escândalos, desgaste com a pandemia e obras

O prefeito ainda encarou uma das oposições mais ferrenhas na Câmara de Cuiabá, deflagrou uma briga com o governador e encarou uma das eleições mais disputada na capital

Kamila Arruda

Mandato de Emanuel é mix de escândalos, desgaste com a pandemia e obras

Foto: Assessoria Prefeitura de Cuiabá

A gestão do primeiro mandato de Emanuel Pinheiro (MDB) à frente do Palácio Alencastro é um mix de desgaste político e a realização de grandes obras como a conclusão do Hospital Municipal de Cuiabá e a construção do viaduto Juca do Guaraná. Não tem como deixar de falar ainda das decisões impopulares durante a pandemia do coronavírus, em que manteve o comércio fechado por quase quatro meses, e somente agora houve uma maior flexibilização para alguns segmentos.

O desgaste político foi acumulado por escândalos de corrupção envolvendo secretariado e o vídeo do dinheiro no paletó em rede nacional, além da insatisfação de comerciantes e empresários com a gestão municipal na condução da pandemia.

Não tem como deixar de falar da relação de Emanuel com a Câmara de Cuiabá que enfrentou uma oposição ferrenha, passou por uma CPI do Paletó, e com uma base submissa acabou, inclusive, comprometendo o mandato de 11 parlamentares aliados.

A primeira grande crise da gestão de Emanuel foi a divulgação do vídeo em que ele coloca dinheiro no paletó em 2017 no Jornal Nacional, com um pouco mais de um ano de mandato. Desde então, o prefeito se limitou a dizer que era inocente e que se tratava de dinheiro de dívida do irmão e somente agora na campanha resolveu falar mais abertamente sobre o processo. Vale destacar que este ano, 3 anos depois, o juiz federal Jefferson Schneider acatou a denúncia contra os envolvidos e Emanuel virou réu.

Já em 2018, enfrentou o afastamento do secretário de Saúde durante a Operação Sangria e depois a prisão de Huark Douglas ainda em dezembro de 2018. Já em março de 2019, o médico foi novamente preso e acabou confessando o esquema de fraude nos contratos da Pasta que beneficiava um grupo de empresas.

Desde então, a gestão de Emanuel também passou a encarar uma das oposições mais ferrenhas na Câmara de Cuiabá. Inclusive, o esquema de fraudes na Saúde foi denunciado pela CPI da Saúde, que foi comanda por Abílio Junior (Podemos) seu adversário na disputa eleitoral deste ano.

Desde então, a relação com o Legislativo tornou um pesadelo na gestão de Emanuel. Ele ainda enfrentou a CPI do Paletó, que acabou judicializada e foi ser finalizada bem no ano eleitoral, e até mesmo questões internas do Parlamento acabaram afetando o prefeito, como a cassação de Abílio, que ocorreu de maneira truculenta e o favoreceu na Justiça para que retornasse ao cargo, e fez com que ele ganhasse ainda mais força para a disputa eleitoral.

Em 2019, o ano foi marcado pela inauguração em várias etapas do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), que foi concluída em dezembro, e nesta época também já era claro o desgaste na relação com o governador Mauro Mendes (DEM). Inclusive, a solenidade de entrega do HMC foi marcada por alfinetadas.

Esta briga vem ser mais acentuada na pandemia, que inicia em março em Mato Grosso. Emanuel entrou em confronto com o governador, gerando inclusive a judicialização da pandemia. O prefeito, desde março, tomou a iniciativa de manter o isolamento social, fechou comércio, reduziu frota de ônibus, e foi tomando diversas medidas impopulares e algumas até viraram ‘piada’ como o rodízio de placas e CPF, que acabou sendo anulada no dia seguinte.

Como se não bastasse ter que lidar com uma pandemia e a crise econômica e de saúde, Emanuel teve outro secretário afastado e alvo de operação policial em junho de 2020. Desta vez, foi o titular da Secretaria de Educação, Alex Vieira, que foi afastado do cargo em decorrência de investigações oriundas da Operação Overlap. Ele é acusado de desvio e lavagem de dinheiro em contratos da secretaria, trazendo prejuízos milionários aos cofres da Prefeitura. 

Em setembro deste ano, foi a vez do procurador-geral do município Marcos Brito também ser afastado do cargo por suposto envolvimento no esquema instaurado na Secretaria de Educação. Ele foi alvo da segunda fase da Operação Overlap. As investigações apontam que ele faria parte de um esquema de corrupção que desviou aproximadamente R$ 2 milhões da Secretaria de Educação de Cuiabá.

O último integrante do primeiro escalão afastado pela Justiça foi outro secretário de Saúde, o Luiz Antônio Possas de Carvalho. O seu afastamento do cargo foi oficializado em outubro deste ano sob a acusação de superfaturamento na aquisição de medicamentos para o tratamento do novo coronavírus (Covid-19).

O afastamento na deflagração da Operação Overprice, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Civil. Possa, vem tentando retornar ao cargo e desde então vem sofrendo sucessivas derrotas.

O afastamento dos quatro secretários municipais, inclusive, foi bastante explorado pelos adversários de Emanuel durante a campanha eleitoral rumo à reeleição. Além do vídeo, e ai entra um novo episódio na retrospectiva do mandato de Emanuel, que enfrentou, talvez, uma das eleições mais disputada, conseguiu reverter a desvantagem de sair atrás no segundo turno e vencer, muito devido à sucessão de erros de seu adversário, mas também tem seu mérito por ter sido uma gestão que fez muitas obras.

Além do HMC, ele conseguiu ainda durante a campanha inaugurar o viaduto Juca do Guaraná (Pai), localizado na Avenida das Torres, uma obra realizada em pouco mais de um ano. Também foi responsável pela reforma de várias praças, entregou a ampliação da policlínica do Verdão, transformou o antigo pronto-socorro no hospital referência da covid-19, ampliou as vagas nas creches, instalou o projeto piloto do horário estendido, entre outras ações, que tem lá seu valor.

 Emanuel venceu a eleição, mas saiu, sim desgastado. Inclusive, obteve menos votos que em 2016. Agora ganhou mais quatro anos para poder provar que a população fez ou não uma escolha correta.
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