Os hospitais particulares podem suspender o recebimento de novos pacientes em seus Pronto-Atendimentos nos próximos dias. A informação é do Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Mato Grosso (Sindessmat), que cita o colapso na saúde em razão da Covid-19, e ainda a possibilidade da falta de insumos e equipamentos para o tratamento da doença.
“Apesar dos esforços diários em ampliar a capacidade de atendimento, a demanda por novos leitos é maior do que a capacidade de ampliação e, por isso, não estamos conseguindo dar vazão aos pacientes que já estão em atendimento, o que agrava a escassez de disponibilidade de leitos no sistema de saúde”, explica a diretora executiva do Sindessmat, Patrícia West.
O fato fez com que a entidade recorre ao Ministério Público Estadual (MPE). Na semana passada foi protocolado um documento na corte ministerial alertando, principalmente para o risco de falta de insumos básicos de atendimento.
Entre os alertas apontados pelo Sindessmat se destacam os equipamentos para ventilação mecânica, os medicamentos que compõem o chamado “Kit Intubação” e o desabastecimento de oxigênio nas unidades.
A medida é reflexo do relato feito pelas unidades particulares de saúde da Capital, que expuseram ao Sindicato a preocupação com seus estoques, e relatam a utilização de todos os equipamentos de ventilação mecânica, inclusive os de reserva.
Paralelo a isso, ainda relataram a dificuldade em adquirir novos equipamentos, gerando alto risco de desabastecimento em decorrência da escassez em âmbito nacional.
“Reforçamos que os hospitais da rede privada adotam todas as medidas necessárias e possíveis para atender toda a demanda, mas diante do crescimento diário do número de novos pacientes, estas medidas não se mostram suficientes. Ressaltamos o compromisso dos hospitais em garantir a segurança dos pacientes que já estão internados, bem como dos que adentram as unidades, além de dar condições adequadas aos profissionais envolvidos nesta luta”, afirma Patrícia.
Esta dificuldade é oriundo do aumento significativo de pacientes que demandam atendimento hospitalar. Somente de primeiro a 23 de março, Mato Grosso registrou 1.227 mortes por Covid-19, recorde desde o início da pandemia para um mês.
Os números superam o mês de julho de 2020, quando o Estado atingiu o pico da primeira onda, registrando 1.213 mortes. Até esta quarta-feira, dia 31, Mato Grosso registrou 297.712 casos e 7.168 óbitos por Covid-19.
Diante disso, o Sindessmat alerta que se o número de novos casos continuarem crescendo há risco de desabastecimento de insumos e o esgotamento da capacidade de atendimento pela rede privada em Mato Grosso. O que poderá gerar a suspensão temporária do recebimento de novos pacientes nos Prontos Atendimentos dessas unidades.