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29/04/2023 às 15:23

Apaziguar ou rachar de vez: Mudança na presidência do União Brasil é mais um capítulo em saga de descontentamento

Jardel P. Arruda e Alline Marques

A mudança na presidência estadual do União Brasil pré-programada para acontecer no domingo (31), às 10h, na sede estadual da agremiação, pode proporcionar dois cenários diametralmente opostos para o futuro da sigla, dependendo de quem vai assumir comando: 

Apesar da imagem externada de "arestas aparadas" após a reunião de quinta-feira (27), um dos cenários é a sigla rachar de vez e ensejar a saída dos militantes do antigo PFL e DEM, liderados por Jayme Campos, Dilmar Dal’Bosco, Júlio Campos e o Eduardo Botelho, em médio prazo; já  outro é um novo reequilíbrio das forças a partir de uma atuação política do governador Mauro Mendes (União) nos próximos meses.

A ala do partido ligado ao antigo PFL está descontente com a centralização do comando do União Brasil no grupo “maurista”. E esse grupo possui o apoio dos quatro deputados estaduais titulares: Dilmar Dal'Bosco, Júlio Campos, Sebastião Rezende e Eduardo Botelho.

Na reunião da quinta-feira, eles chegaram a apresentar uma carta com pedido desfiliação, mas, no caso, a medida foi mais uma forma de forçar mais espaço na construção dos diretórios municipais da sigla.

A gota d’água para uma eventual desfiliação poderá ser, no entanto, o não cumprimento das promessas de partilha dos diretórios municipais. E, para esse caso, já ficou acordado uma possibilidade dos deputados serem liberados para sair da sigla.

Apaziguar

Por conta de ser o chefe do Executivo Estadual e interessado em manter grupo unido não só para as eleições de 2024, mas também para 2026, Mauro assume o desafio de reagrupar as lideranças do partido, fazendo mediações políticas junto ao grupo dos irmãos Campos, do presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, e do deputado estadual Dilmar Dal’Bosco.

O caso mais delicado é o deputado Eduardo Botelho, que disputa com Fábio Garcia o posto de único pré-candidato do União Brasil à Prefeitura de Cuiabá à eleição de 2024.

Atualmente, o presidente da ALMT se vê em situação de desvantagem política perante o outro pré-candidato, Fábio Garcia, o qual disse que não foram definidos critérios para definir quem será o único pré-candidato da sigla.

Rachar de Vez

Há também a possibilidade do novo presidente do União Brasil endurecer a postura de vez para com os militantes do antigo PFL. 

Nesse caso, além de não ceder em relação aos diretórios ou sobre a pré-candidatura à Prefeitura de Cuiabá, Mendes poderia ter a missão de segurar Dilmar, Botelho e Júlio no partido sem entregar uma carta de liberação aos deputados para eles mudarem de partido.

Com isso, uma eventual saída desse trio de deputados estaduais do União Brasil a outro partido, como o Mais Brasil ou PSD, só aconteceria após uma rusga judicial.
 
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