Após polêmica, obra do BRT na Couto Magalhães é adiada e ainda não tem prazo para iniciar
Alline Marques
As obras do BRT na Avenida Couto Magalhães, em Várzea Grande, não irão iniciar na próxima segunda-feira (4), como era a previsão inicial. Isto porque, diante da resistência e protestos dos empresários, a Prefeitura tomou a decisão de solicitar que a Secretaria de Infraestrutura do Estado (Sinfra) suspenda o cronograma até que haja uma definição técnica e política. Existe ainda a possibilidade de que essas obras iniciem apenas em 2024, após os períodos de festividades, quando comércio é mais movimentado.
Uma das alegações dos comerciantes da avenida, que é uma das principais da cidade e tem grande concentração de lojas, é de que entre outubro e dezembro há uma alta nas vendas em decorrência de datas como Dia das Crianças, Halloween e as festas de fim de ano, como Natal e Reveillon.
Para os empresários, as obras do BRT, que precisarão de drenagem e a construção de uma pista de concreto do lado direito da avenida, espantariam a clientela, que teria dificuldade não apenas de estacionar, mas também de acessar o comércio.
No entanto, os empresários já chegaram a defender que o BRT sequer passe pela Couto Magalhães, ficando apenas na Filinto Muller, ideia que não é bem aceita pela administração municipal, responsável, inclusive, pela alteração do trajeto. Inicialmente, o percurso previa apenas o corredor saindo do Aeroporto Marechal Rondon até a Avenida do CPA.
Nas últimas semanas foram realizadas audiências públicas para falar do estudo de impacto na vizinhança e os ânimos ficaram exaltados. Há muitas críticas sobre a falta de diálogo entre o governo e os empresários. Numa das audiências, realizada na Assembleia Legislativa, a pedido do deputado Fábio Tardin (PSB), a Sinfra chegou a apresentar um cronograma em que as obras na Couto Magalhães iniciaram dia 4 de setembro e seriam concluídas até 30 de novembro.
Porém, após a polêmica, a Sinfra informou que a definição do trajeto está nas mãos da prefeitura e aguarda uma definição junto à administração municipal. Isto porque, a solicitação de alteração do trajeto do BRT, para que ele passasse pelas Avenidas Couto Magalhães e Filinto Muller, sendo concluído no Terminal André Maggi, foi feita pela Prefeitura de Várzea Grande.
Diante da pressão dos comerciantes, o prefeito Kalil Baracat (MDB) reforçou a defesa pela obra na Couto, alegando o grande fluxo de consumidores no futuro levados pelo BRT, mas agora analisa a possibilidade de deixar as obras para 2024.
Enquanto isso, a Sinfra garante que não há alteração no cronograma das obras na Avenida da FEB, previstas para serem concluídas em 30 de outubro. Porém, a Pasta não informou como ficará o cronograma com o adiamento das obras na Couto Magalhães, nem o impacto disso na entrega final do modal. Além disso, não foi informado se a Sinfra irá solicitar que a empresa responsável inicie outras frentes de trabalho em outros trechos.
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