Uma comissão formada por comerciantes que atuam na Avenida Couto Magalhães, em Várzea Grande, deve levar ao prefeito do município, Kalil Baracat, a reivindicação de que o ônibus de transporte rápido (BRT) não passe pela Couto, mas apenas pela Avenida Senador Filnto Muller. A proposta surgiu durante a audiência pública realizada nessa terça-feira (22) entre comerciantes, vereadores locais e representantes da Secretaria de Infraestrutura e Logística (Sinfra).
"Todos eles são contra a passagem do BRT na Couto Magalhães. Então a gente veio aqui ouvir o que a Sinfra ia nos falar e ver o que de novo nos colocariam, que não foi nada. Então agora o segundo passo, junto com o apoio dos vereadores, da Acivag, da CDL, nós vamos marcar uam reunião com o prefeito com uma única pauta, que é: não queremos o BRT na Couto Magalhães. Porque ele não traz benefício para o comércio como eles estão falando", declarou ao Leiagora a empresária Vanda Frison, proprietária do Cerrados Parque Hotel, empreendimento que está há 20 anos na avenida.
Ela afirma que os comerciantes não são contra a evolução do transporte público no município, apenas ressalta a inviabilidade deste modal passar pela Couto Magalhães.
Durante a audiência, o vereador por Várzea Grande Rogerinho da Dakar (PSDB) pediu a realização de um estudo para avaliar a viabilidade de o modal passar pela Filinto Muller. “Que faça um estudo e apresente aqui para os comerciantes. Está todo mundo desesperado. Que faça um estudo desse BRT pela Filinto Muller”, defendeu.
“Volto a falar para você, me desculpa, parabéns pelo projeto, mas eu não concordo e se eu tivesse o poder de decisão, o BRT não passaria na Couto Magalhães”, acrescentou.
A audiência pública realizada nessa terça teve como objetivo para debater as obras do BRT na região central de Várzea Grande e ouvir as propostas de comerciantes e políticos locais. A discussão tomou, por várias vezes, rumos acalorados, com vaias, interrupções e gritos de comerciantes que não concordavam com os pontos apresentados pelos representantes do Governo de Mato Grosso.
O secretário adjunto de Gestão e Planejamento Metropolitano da Sinfra, Rafael Detoni, foi diversas vezes interrompido ao tentar explicar que a proposta de inversão de mãos nas principais avenidas da cidade impactaria em um projeto que poderia ser até maior que o BRT, causando ainda mais transtornos, além de ensinar que a sugestão deveria partir do próprio município.
“Qual a extensão da Avenida Couto Magalhães? Ela merece um estudo tão grande quanto o do BRT. Inverter o sentido de circulação de uma avenida importante como a Couto Magalhães (gritos, vaias) implica em impactar em todos que estão ao longo dela, (gritos) isso é competência municipal. O município tem a capacidade de legislar sobre o seu trânsito, compete à prefeitura apresentar uma proposta”, orientou o gestor.
Dito isso, o vereador sinalizou que pretende buscar essa alteração em diálogo com o prefeito Kalil Baracat, no intuito de diminuir impactos nas avenidas.
“O que nós temos que conversar então é com o prefeito se compete ao município decidir a questão de mudança de ruas. Nós precisamos conversar com o prefeito Kalil”, repetiu.